Uma 'wallet' digital, traduzida como carteira digital, é uma aplicação que permite guardar dados do cartão bancários e fazer pagamentos com telemóvel, 'tablet' ou computador, ou seja, uma forma de pagamento digital.
Questionado se tem havido adesão dos portugueses a este tipo de pagamento digital, o responsável admitiu que sim.
"Do que podemos apurar da nossa carteira de clientes, a adesão às 'wallets' digitais tem sido bastante expressiva, o que revela o interesse crescente (...) por este tipo de soluções digitais de pagamentos mais simples e cómodas", salienta.
O Unibanco, acrescenta, disponibiliza as "principais 'wallets' digitais do mercado", onde estão a Apple Pay, Google Pay, Fitbi Pay e Garmin Pay e está "a trabalhar no desenvolvimento" da sua própria carteira digital, que será lançada "brevemente".
"Acredito que o futuro será cada vez mais 'cashless' e, como tal, vamos assistir a um crescimento natural dos pagamentos digitais e a uma oferta de soluções cada vez mais inovadora por parte das instituições financeiras", sublinha Fernando Carvalho.
O administrador afirma que o uso das 'wallets' digitais é seguro: "Contrariamente ao que a maioria das pessoas pode pensar, a segurança é uma das grandes vantagens da utilização das 'wallets' digitais", sublinhou, explicando que "estas aplicações são desenvolvidas com base em tecnologia criptografada".
Além de "obrigarem ao uso de múltiplos fatores de autenticação e de não existir a partilha de dados críticos do cartão com o comerciante, mas antes um 'token', isto é, uma identidade substituta do cartão cuja correspondência ao mesmo só é conhecida pelos sistemas produzidos dos 'schemes', como a Visa e a Mastercard", argumenta.
Outra das vantagens é a sua "praticidade, rapidez e comodidade, já que o cliente não precisa de utilizar o seu cartão físico para realizar um pagamento: as 'wallets' contam com a tecnologia NFC [Near Field Communication], que permitem realizar pagamentos 'contactless' [sem contacto]", acrescenta.
Ou seja, nas lojas físicas, o cliente pode efetuar o pagamento encostando apenas o 'smartphone' ao terminal de pagamentos.
Relativamente a riscos, o administrador da Unicre considerou que estes "não existem propriamente" na utilização das carteiras digitais.
Contudo, "uma vez que estas aplicações estão altamente dependentes das novas tecnologias, caso exista alguma anomalia na aplicação ou a bateria do telemóvel acabar no momento da compra, o cliente pode ter dificuldades na finalização do pagamento".
Um dos constrangimentos é que nem todos as lojas físicas aceitam este tipo de pagamentos, "ainda que a pandemia tenha potenciado um aumento substancial da procura dos comerciantes por soluções que permitam pagamentos sem contacto".
Apesar da vaga de ciberataques a que se tem assistido em Portugal desde o início do ano, Fernando Carvalho reforça que as "wallets' digitais são seguras.
"Antes de estarem disponíveis para o mercado, estas aplicações passam por inúmeros testes de segurança, que vão garantir as diversas certificações obrigatórias", sublinha, e além disso, "são desenvolvidas com base em tecnologias com níveis de segurança bastante elevados, como por exemplo a encriptação de dados e a biometria, que permitem ao utilizador definir níveis de segurança mais profundos do que apenas ter uma 'password' associada aos seus dados bancários, como é o caso da impressão digital ou reconhecimento digital".
"O utilizador pode ainda definir um montante máximo de utilização para os seus gastos diários, reforçando ainda mais os níveis de segurança da sua 'wallet' digital", acrescenta.
Até ao momento o Unibanco não recebeu queixas de tentativa de fraude "diretamente relacionadas com 'wallets' digitais".
Aliás, "as reclamações mais comuns que recebemos sobre fraude acontecem no contexto de compras 'online', em que o burlão se faz passar pela entidade comercial e bancária e induz o cliente a partilhar os seus dados pessoais e bancários, via SMS, 'e-mail' ou contacto telefónico", relata.
Outra técnica fraudulenta bastante "é aquela em que o burlão constrói um 'site' similar ao da entidade comercial ou bancária e induz o utilizador a comprar serviços/produtos com descontos apelativos ou a fornecer os seus dados sensíveis como forma de atualização de dados", exemplifica.
Sobre que recomendações para evitar fraudes, o responsável salienta que, em primeiro lugar, o utilizador "deve confirmar a origem de qualquer pedido de pagamento que receba, bem como a autenticidade das páginas a que acede".
No seu dia a dia, "importa utilizar 'passwords' diferentes e seguras, proteger os dispositivos tecnológicos com um antivírus que ofereça proteção completa, e evitar efetuar compras 'online' em redes públicas".
Além disso, é importante "prestar atenção regularmente ao extrato de movimentos e aos dados que fornece", recomenda.
Por fim, "o conselho mais básico, mas com forte impacto: nunca dar 'passwords' a ninguém, seja por telefone ou SMS e ter sempre atenção ao acesso dado a terceiros aos seus dispositivos móveis", remata Fernando Carvalho.
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