"À medida que a guerra na Ucrânia se desenrola, o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (AIIB, na sigla em inglês) estende os seus pensamentos e simpatia a todas as pessoas afetadas. Os nossos corações estão com todos os que estão a sofrer", lê-se num comunicado publicado no portal daquela entidade.
A Rússia é membro fundador do banco de desenvolvimento, com uma participação de 6,7%. Portugal e Brasil encontram-se também entre os 50 fundadores.
Ucrânia e Bielorrússia não são membros do banco, a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, e vista como um potencial rival do Banco Mundial, apoiado pelos Estados Unidos.
A China tem 30,34% do capital e 26,06% dos votos do novo banco.
"O AIIB está pronto para estender o financiamento de forma flexível e rápida e apoiar os membros que foram afetados negativamente pela guerra, direta ou indiretamente", acrescentou o comunicado.
Referindo-se à "guerra na Ucrânia", o AIIB foi além de outras instituições ligadas ao Governo chinês, que designam oficialmente o ataque russo como uma "operação militar".
A reunião anual do AIIB devia realizar-se, este ano, na Rússia, embora não tivesse ainda sido anunciada uma data.
O ministro do Desenvolvimento Económico da Rússia, Maxim Reshetnikov, disse anteriormente que Moscovo está a "trabalhar ativamente com o banco para expandir o financiamento em projetos nos setores dos transportes, finanças e energia".
A China enfrenta um crescente escrutínio, numa altura em que a Rússia é isolada do sistema multilateral.
Alguns bancos russos foram expulsos do Swift, uma ferramenta de mensagens que ajuda a alimentar o sistema bancário global de transações, em resposta à invasão da Ucrânia.
Os países do G7 puniram também o banco central da Rússia, cortando-o de cerca de metade das suas reservas estrangeiras, que são mantidas em instituições financeiras dos membros.
A China disse que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas, um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão. Ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.
A invasão veio depois de Xi Jinping ter recebido, em 04 de fevereiro, o homólogo russo, Vladimir Putin, em Pequim. A declaração conjunta emitida depois do encontro indicou que a "amizade entre os dois Estados não tem limites e que não há áreas 'proibidas' de cooperação".
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