Numa exposição escrita enviada à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, endereçada também aos órgãos de comunicação social, a Adaco alertou que o aumento previsto do preço do gasóleo "terá um impacto brutal em todos os setores da nossa agricultura, mas principalmente em todo o setor pecuário que já está a braços com os preços absurdos das rações e da palha para os animais".
Os preços do gasóleo e da gasolina vão disparar na próxima semana, com subidas superiores a 14 e oito cêntimos por litro, respetivamente, acompanhando a subida das cotações dos produtos petrolíferos nos mercados internacionais, segundo fontes do setor.
"Ou o Governo intervém, ou vamos ter fome nos campos, com milhares de agricultores a abandonar as suas explorações", avisou a Adaco.
Neste sentido, a associação pediu à ministra da Agricultura medidas urgentes, como o aumento dos descontos no gasóleo agrícola, por forma a que se mantenha o preço que vigorava antes das subidas anunciadas na sexta-feira.
Adicionalmente, a Adaco pediu "medidas concretas que impeçam o contínuo aumento dos preços das rações para os animais", bem como a regulamentação e aplicação da "medida decidida pela Assembleia da República em 2021, de comparticipar nos custos com a eletricidade".
"Os agricultores vendem os seus produtos a preços baixíssimos, enquanto os preços dos combustíveis, da eletricidade, das rações, dos fertilizantes não têm parado de aumentar e as despesas dos agricultores para produzirem são incomportáveis", apontou a associação.
O Governo anunciou, na sexta-feira, um conjunto de medidas para conter o impacto da subida dos preços dos combustíveis, entre as quais a subida do desconto no Autovoucher, de cinco para 20 euros, e o prolongamento até 30 de junho da redução extraordinária das taxas do ISP sobre a gasolina e gasóleo, mantendo a descida em dois cêntimos na gasolina sem chumbo e em um cêntimo no gasóleo.
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