"Penso que poderemos receber entre os 100 e os 150 [refugiados]", disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raul Almeida.
O município organizou um gabinete de apoio e está a preparar uma plataforma 'online', através da qual o utilizador pode anunciar que precisa de ajuda ou que pode ajudar.
"Esta plataforma serve como uma base de dados para responder às necessidades", disse o vereador da Ação Social, Solidariedade e Habitação Social, Bruno Alcaide.
A plataforma vai estar disponível em breve, através de um 'link' disponível no 'site' do município.
A Câmara Municipal de Mira reuniu no dia 03 com imigrantes ucranianos residentes no concelho, de modo a ouvir as necessidades e dificuldades do povo ucraniano com o atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Nessa mesma reunião foi possível verificar que "há dificuldade em colocar no seu país os bens recolhidos que têm sido doados" devido ao custo de transporte.
A autarquia vai financiar o transporte dos bens recolhidos em Mira com destino à Polónia.
Atualmente, estão identificadas 70 camas para o alojamento temporários de refugiados, assim como está também providenciada alimentação, roupa ou medicamentos.
Ao nível da habitação, o município deu nota de que a Casa da Sagrada Família, uma residência da Casa da Infância Doutor Elysio de Moura, e ainda um apartamento dos bombeiros, vão ser os espaços em Mira onde os refugiados vão ser alojados.
"Essas instituições disponibilizaram-se a emprestar o espaço ao município, para a Câmara depois fazer a coordenação e as pessoas poderem ir para lá", sublinhou.
O presidente da Câmara adiantou ainda que já há particulares a oferecerem casas para acolher refugiados ucranianos, estando neste momento o município a recolher informação a esse respeito.
A autarquia reuniu com a rede social do município para dar resposta à integração dos refugiados e identificar o que cada instituição pode oferecer.
Atualmente, está a ser feito o contacto com as empresas, com o objetivo de "recolher informação dos empregos disponíveis ou da disponibilidade de emprego, para que eles [refugiados] depois tenham o seu trabalho", explicou o autarca.
Na reunião de Câmara de quarta-feira foi ainda aprovado, por unanimidade, o voto de solidariedade para com o povo ucraniano, que vai ser endereçado à Assembleia Municipal para votação.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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