"Alguém vai ter de tomar algumas decisões -- ou o Governo português, ou a Europa -, mas não faz sentido estar a prejudicar toda a gente para recolher mais impostos. Portanto, eu espero brevemente novidades nessa frente", afirmou a líder da Sonae durante a sessão de apresentação dos resultados de 2021 do grupo.
Salientando que "o custo da energia afeta toda a gente", Cláudia Azevedo reiterou que "tem de haver desenvolvimentos": "Não faz sentido o custo de energia afetar tanto a economia portuguesa, a indústria portuguesa e os distribuidores portugueses e 50% do custo da energia ser impostos", disse.
A CEO da Sonae notou que "Portugal é um país que tem, muitos dias, acima de 70% [da energia produzida] renovável", pelo que "tem de ter esse benefício".
Relativamente ao impacto do aumento dos custos de abastecimento e de energia nos preços, Cláudia Azevedo reconheceu que o grupo tem de se "adaptar aos custos que sobem em vários produtos e aos custos energéticos", mas salientou que é algo que tem vindo a fazer ao longo dos vários anos de atividade.
"As negociações com fornecedores são uma constante. Nós temos muitos tipos de fornecedores, desde o pequeno produtor a grandes multinacionais muito maiores do que a Sonae. Portanto, toda a cadeia de valor vai ter de absorver alguns choques e vai ter de procurar formas alternativas de melhorar. Se os preços aumentam num sítio, vamos ter de baixar noutro sítio, procurar outras formas", disse.
"Toda a cadeia tem de fazer isso, temos de ser atores muito mais racionais, consumir menos, porque os custos estão aí e não pode tudo passar para o consumidor final, nem pensar", acrescentou.
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