Após quase dois meses de julgamento, o júri considerou o malaio Roger Ng culpado das três acusações que enfrentava, pelas quais pode ser condenado a até 30 anos de prisão.
"O veredicto é uma vitória retumbante para a justiça e para o povo da Malásia, que foi vítima dessa enorme trama desenvolvida pelo acusado e pelos seus cúmplices, num frenesim de ganância para enriquecer pelo roubo de milhões de dólares do fundo 1MDB, destinado a ajudar a economia do país", disse o procurador dos EUA, Breon Peace, em comunicado.
Roger Ng, de 49 anos, foi preso em 2018, em Kuala Lumpur, e depois extraditado para os EUA, que o reclamavam pelo seu envolvimento no desfalque do 1MDB.
Entre 2009 e 2014, quando trabalhava para a Goldman Sachs, Ng e outros funcionários pagaram subornos milionários a vários funcionários para os privilegiarem em negócios, de acordo com a acusação.
Também branquearam milhares de milhão de dólares desviados do fundo soberano da Malásia de forma fraudulenta, financiando, entre outras coisas, a produção de filmes de Hollywood como "O Lobo de Wall Street" e adquirindo joias, imóveis de luxo e até uma pintura de Jean-Michel Basquiat por 51 milhões de dólares.
Outro ex-funcionário da Goldman Sachs, Tim Leissner, aguarda sentença após ter-se declarado culpado de várias acusações, em 2018, e de cooperar com a investigação, enquanto Jho Low, um milionário empresário malaio e suposto organizador do desfalque que não foi capturado e encontra-se, presumivelmente, na China.
A Goldman Sachs concordou, em 2020, pagar à justiça dos EUA cerca de 2,9 mil milhões de dólares para arquivar uma acusação pelo seu envolvimento neste caso de corrupção que deu origem a penas de prisão ao ex-primeiro-ministro Najib Razak.
Estima-se que tenham sido desviados por Najib e pelos seus cúmplices cerca de 4,5 mil milhões de dólares oriundos do fundo de investimento do Estado malaio.
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