De acordo com analistas consultados pela agência noticiosa Efe, o BCE deverá normalizar a sua política monetária em função da evolução dos dados económicos.
O gestor de carteira Konstantin Veit, da Pimco, espera que o BCE prossiga o processo de normalização da política monetária, exceto se a situação económica se deteriorar acentuadamente, uma vez que "está mais preocupado com as perspetivas de inflação do que com as de crescimento".
O analista exclui que o BCE tome decisões políticas significativas na reunião de quinta-feira e acredita ser plausível que se acabe com as compras de dívida em julho e aumente as taxas de juro em setembro.
O economista-chefe da Axa Investment, Gilles Moec, não espera decisões na reunião desta semana, mas prevê "um tom potencialmente mais aguerrido" do BCE.
Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, não quis prever um calendário para um aumento dos juros, mas expressou a sua fé numa possível sinalização pelo BCE da "sua vontade de fazer mais se a inflação for mais forte e mais persistente do que o esperado, o que continuará a alimentar a correção ascendente dos juros da zona euro".
No dia 10 de março, na última reunião, o BCE disse que "a invasão russa da Ucrânia é um ponto de inflexão" e decidiu rever o calendário de compra de dívida para os próximos meses.
Na altura, o BCE decidiu ainda deixar as taxas de juro inalteradas, com a principal taxa de refinanciamento a manter-se em 0%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25% e a taxa de depósitos em -0,50%.
O BCE baixou então a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro em 2022 e subiu acentuadamente a de inflação devido ao impacto da guerra na Ucrânia.
O BCE prevê uma expansão do PIB de 3,7% este ano, quando previa 4,2% nas últimas projeções, e quanto à inflação estima 5,1%, quando antes antecipava 3,2%.
Leia Também: Petróleo desliza. Brent já está abaixo do 'patamar' dos 100 dólares