A Agência de Investigação de Crimes Financeiros da Índia, que iniciou uma investigação em fevereiro, disse que apreendeu o dinheiro de contas bancárias locais, depois de descobrir que a filial indiana da Xiaomi havia transferido fundos para três entidades sediadas no exterior.
"Enormes quantias em nome de 'royalties' [compensações financeiras] foram pagas a pedido de entidades controladoras chinesas", disse a agência em comunicado, no sábado.
A filial indiana da Xiaomi negou as acusações, garantindo que as operações financeiras estavam "firmemente de acordo com as leis e regulamentos locais".
"Estamos comprometidos em trabalhar em estreita colaboração com as autoridades governamentais para esclarecer quaisquer mal-entendidos", escreveu a Xiaomi India, na rede social Twitter.
Agentes policiais estiveram na sede da Xiaomi na Índia em dezembro, no âmbito de uma outra investigação, sobre alegações de evasão fiscal, que abrange outras empresas tecnológicas chinesas, incluindo a Huawei.
A Xiaomi anunciou em março um lucro líquido de 19,3 mil milhões de yuan (2.8 mil milhões de euros) em 2021, salientando que a maioria dos seus negócios no estrangeiro provém dos mercados indiano e europeu.
As relações entre a Índia e a China são tensas desde junho de 2020, quando confrontos deixaram 20 soldados indianos mortos e pelo menos quatro chineses na região de Ladakh, ao longo da fronteira disputada que separa Arunachal Pradexe do Tibete.
O Ministério do Interior indiano baniu centenas de aplicativos móveis chineses, incluindo a popular plataforma Tiktok, dando como justificação a necessidade da Índia prevenir ameaças à soberania do país.
Em 07 de abril, a Índia afirmou ter sido vítima de um ataque cibernético por parte de 'hackers' chineses contra a rede de distribuição de energia perto de Ladakh.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijan, negou que a China tivesse lançado esses ataques.
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