A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC) disse, esta quarta-feira, que os revendedores não têm qualquer intervenção na definição do preço de comercialização dos combustíveis, justificando que a margem destes é sempre a mesma.
"Os revendedores são o último elo da cadeia de valor, pelo que não têm qualquer intervenção na definição dos preços", indica a ANAREC, num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Acrescenta ainda a Associação que os revendedores de combustíveis "limitam-se a colocar os preços de combustível que lhes são indicados pelas companhias petrolíferas".
A ANAREC sublinha que "as margens dos revendedores são contratualizadas como margens fixas e não percentuais, ou seja, a margem do revendedor é sempre a mesma, independentemente do preço dos combustíveis".
Já esta quarta-feira, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) garantiu que não se passou "nada de anormal" com a descida dos preços dos combustíveis abaixo do anunciado pelo primeiro-ministro, apontando que a estimativa "foi demasiado redutora".
Durante o debate da proposta de Orçamento do Estado no parlamento, em 28 de abril, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a nova descida deste imposto sobre os combustíveis permitiria "baixar a carga fiscal em 20 cêntimos por litro".
Para António Comprido, a descida de 20 cêntimos por litro lançada por Costa é "uma conversa diferente", que resulta de "descontos acumulados com o ISP desde que o ISP foi mexido, em outubro [de 2021]".
Em resposta à Lusa, o gabinete de Fernando Medina, explicou que em vigor estão dois descontos: a redução de ISP por litro por via do mecanismo de revisão semanal (4,7 cêntimos por litro para o gasóleo e 3,7 para a gasolina), a que se soma a redução adicional de ISP, que entrou em vigor em maio, que replica uma descida do IVA de 23% para 13% (11,5 cêntimos por litro para o gasóleo e 12,6 para a gasolina).
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