BPI encara "com bons olhos" entrada em bolsa do angolano BFA

O presidente executivo do BPI admitiu hoje que a entrada em bolsa do Banco Fomento de Angola (BFA), onde detém uma participação de 48,1%, poderá ser "uma das soluções" para a redução da sua posição.

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Lusa
06/05/2022 16:01 ‧ 06/05/2022 por Lusa

Economia

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"Se for conveniente e se nós entendermos, juntamente com o nosso parceiro [Unitel], que a abertura do capital em bolsa em Angola é uma possibilidade -- e encaramos com bons olhos essa possibilidade, claramente -- também poderá ser essa uma das soluções para a situação que nós temos", afirmou João Pedro Oliveira e Costa durante a conferência de imprensa para apresentação dos resultados do primeiro trimestre do BPI.

Até ao momento, de acordo com o CEO, "não hã evolução" relativamente à posição do BPI no BFA: "Mantemos um contacto de perto com o nosso parceiro, a Unitel, e também com as autoridades angolanas, que sabem perfeitamente qual é aposição do BPI", disse.

Segundo referiu, o BPI pretende "manter alguma tranquilidade, pelo bom funcionamento que o BFA tem tido".

"O BFA tem tido um comportamento fantástico e, por isso, nós também não queremos ser um fator de perturbação. Estamos atentos, mas também, de certa maneira, estamos tranquilos, não é um tema que nos preocupe de momento", rematou.

O BPI tem 48,1% do BFA desde o início de 2017, quando vendeu 2% do banco angolano à operadora Unitel por imposição do Banco Central Europeu (BCE), que considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia. Contudo, desde então mantém-se a recomendação do supervisor europeu para o BPI diminuir ainda mais a exposição a Angola.

Sobre o contributo de 14 milhões de euros, no primeiro trimestre, da participação no BFA para o resultado consolidado do BPI -- que ascendeu a 49 milhões de euros -- João Pedro Oliveira e Costa explicou que se "deve à valorização do kwanza".

Segundo avançou, o BPI ainda não recebeu de Angola os dividendos relativamente a 2021, mas conta que tal aconteça "nos próximos meses".

Questionado pelos jornalistas sobre uma aquisição do Novo Banco, o presidente executivo do BPI reiterou que o banco está "totalmente concentrado em crescer organicamente".

"O meu acionista, o senhor Gonçalo Gortázar [presidente executivo do CaixaBank], foi muito claro relativamente e esse tema. Neste momento estamos totalmente concentrados em crescer organicamente e desenvolver a atividade em Portugal, concentrada através da plataforma BPI, e é esse o nosso cenário central", sustentou.

"Penso que não é positivo, nem acrescenta absolutamente nada, eu dizer alguma coisa mais do que isto, porque não tem sustentação. Já foi dito e eu não quero acrescentar rigorosamente mais nada ao que foi dito", enfatizou.

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