PIB da Ucrânia pode cair até 30% (isto, se a guerra acabar este ano)
O Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) prevê quedas de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia em 2022 e de 10% no caso da Rússia, num cenário que prevê o fim da guerra durante o corrente ano.
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Economia Ucrânia
Na abertura da Assembleia Geral anual do BERD, que decorre na cidade marroquina de Marraquexe, a instituição divulgou as previsões de crescimento para as regiões em que opera: Europa de Leste e Central, Ásia Central e Norte de África, cujas economias - em conjunto - devem aumentar 1,1% durante 2022.
No caso da Ucrânia, o banco recorda que em março previu inicialmente uma queda de 20% da economia do país mas - após uma a revisão da situação atual - o valor ficou a situar-se em 30% de perdas esperando que em 2023 o PIB aumente 25% contando com o fim do conflito e o início dos esforços de reconstrução dos territórios afetados pela invasão militar da Rússia.
Por isso, o BERD alerta que as previsões publicadas hoje podem variar em função do tempo que durar a campanha militar russa além da escala da destruição e do número de refugiados que tencionam regressar ao país.
Quanto à economia da Rússia, o BERD mantém uma previsão de queda correspondente a 10% e espera um "crescimento zero" para 2023.
Para a Bielorrússia, a instituição financeira prevê uma contração de 04% da economia até ao final do ano.
O BERD refere, no entanto, que os prognósticos para o presente ano e para 2023 podem alterar-se no sentido do agravamento dependendo do curso da guerra ou das restrições referentes aos fluxos de exportação de gás e de outras matérias primas russas.
Por regiões, o BERD prevê para 2022 quedas de 18% na economia do Leste da Europa: 1,5% no Cáucaso e Arménia, 3,4% do Azerbaijão, 03% na Georgia, 01% na Moldava, além dos valores negativos (-30%) relativos à Ucrânia.
Para a Europa Central e Países Bálticos, o BERD prevê um aumento global de 3,2%: um crescimento de 04% para a Polónia e de 3,5% no caso da Hungria.
A Estónia e Letónia podem baixar 1,5% e 02% na Lituânia.
No caso da Bulgária, o BERD estima uma subida de 2,6%, além de aumentos de 2,9% na Grécia e 2,5% na Roménia.
Para o Norte de África, o BERD prevê um crescimento global de 2,5% com aumentos de 3,1% no Egito, 1,9% na Jordânia, 01% no Líbano, 03% em Marrocos e 2,5% na Tunísia.
Na Turquia o BERD prevê uma subida de 02% do PIB.
Quanto à região da Ásia Central, o BERD prevê uma subida de 3,7% no conjunto dos países em 2022 sendo que o Turquemenistão é o país com a maior subida (06%) e o Quirguistão o que menos aumento regista (01%).
O banco alerta sobre a alta da inflação nos países onde opera e que em março correspondia a 11,9%.
Trata-se de um dado semelhante ao que foi registado na crise financeira de 2008.
"Os preços do petróleo estão em níveis altos. Os preços do gás na Europa estão acima dos máximos históricos e são quatro vezes mais altos do que nos Estados Unidos, o que coloca os produtores europeus numa situação de desvantagem", refere o relatório.
A instituição acrescenta que muitas economias das "regiões BERD" são "altamente dependentes" em gás e "em produção de energia" e que muitas outras zonas no Cáucaso e do Sul e do Mediterrâneo Ocidental dependem muito da importação de trigo da Rússia e da Ucrânia.
A Assembleia Geral do BERD que começa hoje em Marraquexe vai prolongar-se até quinta-feira com as autoridades dos diferentes países europeus e do Norte de África.
Paralelamente estão programadas sessões sobre a guerra na Ucrânia além de reuniões sobre indústria agro alimentar, a situação do setor privado em África e energias renováveis.
O BERD foi fundado em 1990, após a queda do Muro de Berlim, para ajudar a transição para uma economia de mercado nos países da Europa Central.
Desde os anos 1990, o BERD expandiu a influência a quarenta países sendo que os acionistas totalizam 71 países, a União Europeia e o Banco Europeu de Investimento.
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