"Demonstra que a Bolsa está no bom caminho porque um dos indicadores que normalmente é referência em termos internacionais é a capitalização bolsista. Ultrapassar os 100 mil milhões de escudos cabo-verdianos é um marco, porque nunca foi atingido, e demonstra que a Bolsa tem estado a desempenhar o seu papel", disse hoje à Lusa o presidente do conselho de administração da BVC, Miguel Monteiro.
De acordo com os dados da BVC, que está a assinalar o 24.º aniversário, a capitalização bolsista - aproximação do valor de mercado das empresas e títulos - atingiu em 30 de abril os 100.211.659.957 escudos.
A BVC registou até 2021 uma média de quatro emissões bolsistas anualmente, mas segundo Miguel Monteiro, só nos primeiros quatro meses de 2022 já realizou precisamente quatro, o que contribuiu para esta recorde na capitalização bolsista, com mais cerca de 30 intenções de emissão em preparação, "algumas" para concluir até final do ano.
"Demonstra claramente que vamos ultrapassar aquilo que tem sido a média, eu diria, de uma larga forma", disse ainda o presidente da BVC, relançando que com estas emissões bolsistas a instituição está a afirmar-se como "alternativa para o financiamento das empresas, dos municípios e das organizações" e no desenvolvimento das respetivas atividades.
A capitalização bolsista da BVC já tinha aumentado 12,89% em 2021, face a 2020, para cerca de 92 mil milhões de escudos (834 milhões de euros), segundo dados anteriores da instituição, crescimento que para Miguel Monteiro resulta da "nova política de aproximação" aos agentes económicos do arquipélago.
A Bolsa de Valores de Cabo Verde foi criada em maio de 1998 e conta ainda com quatro empresas cotadas, com destaque para o Banco Comercial do Atlântico (BCA, detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos) e para a Caixa Económica, e outras que emitem obrigações.
Leia Também: Bolsa de Lisboa em baixa. Sonae e EDP Renováveis a caírem 4,37% e 2,53%