Projeção para PIB de Portugal deve-se também à inflação mais baixa da UE
A Comissão Europeia considerou hoje que a razão "mais explícita" para o crescimento previsto de 5,8% para Portugal este ano é a inflação mais baixa da UE, por o país estar "menos exposto ao aumento dos preços da energia"
© Lusa
Economia Gentiloni
Em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus, em Bruxelas, Paolo Gentiloni, reiterou a ideia já deixada hoje de manhã na conferência de imprensa de apresentação das previsões macroeconómicas da primavera, de que a forte retoma do turismo externo em Portugal contribui para o país ter a projeção de maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano entre os 27 Estados-membros.
Contudo, o comissário europeu apontou que podem ser enumeradas várias razões, e "a mais explícita é o facto de Portugal ter o nível de inflação mais baixo" entre todos os Estados-membros, ainda que admita que "não há uma relação automática".
Ainda que tenha revisto hoje em alta de 2,1 pontos percentuais (p.p.) a taxa de inflação para Portugal, para 4,4% este ano -- face aos 2,3% projetados em fevereiro, antes do início da guerra na Ucrânia, e acima da previsão do Governo, de 4% -, a estimativa de Bruxelas para este ano coloca Portugal como o país com a menor taxa de inflação, com a média para a zona euro a estimar-se em 6,1% e para a União Europeia (UE) em 6,8%.
Reafirmando que a previsão de um crescimento da economia portuguesa de 5,8% do PIB bem acima da média europeia (de 2,7%), se deve também ao facto de Portugal ter registado um crescimento moderado em 2021 comparativamente a outros países e à "forte retoma do turismo", Gentiloni acrescentou como outro fator importante "o facto de Portugal estar menos exposto ao aumento dos preços da energia".
Admitindo que "obviamente previsões são previsões", o comissário europeu da Economia manifestou-se todavia convicto de que Portugal poderá efetivamente alcançar este ano o ritmo de crescimento hoje antecipado pela Comissão, apresentando como "base sólida" para esta projeção "os números já conhecidos da estimativa rápida de crescimento no primeiro trimestre deste ano", que classificou como "surpreendentemente muito positiva".
De acordo com a estimativa rápida divulgada em 29 de abril passado pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, o PIB de Portugal foi o que mais cresceu (11,9%) no primeiro trimestre, entre os países da União Europeia (UE) para os quais há dados disponíveis, muito acima da média da zona euro, de 5%.
A Comissão Europeia reviu hoje em alta de 0,3 pontos percentuais (p.p.) o crescimento económico esperado para Portugal este ano, para 5,8%, apesar dos desafios externos, segundo as previsões macroeconómicas de primavera, as primeiras desde o início da guerra na Ucrânia.
Este é o valor mais elevado entre os 27 Estados-membros da UE, seguido da Irlanda (5,4%), e muito acima da média do bloco europeu e da zona euro, ambos com projeções de crescimento de apenas 2,7% este ano.
Bruxelas prevê que o PIB de Portugal cresça 5,8% em 2022, quando em fevereiro esperava uma expansão de 5,5%, com o setor dos serviços, particularmente o turismo estrangeiro, a recuperar fortemente face a uma base baixa.
O relatório da Comissão Europeia assinala que "as perspetivas de crescimento permanecem favoráveis, apesar dos desafios relacionados com os preços das 'commodities', das cadeias de abastecimento globais e maior incerteza na procura externa".
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