A distância da zona de conflito pode beneficiar a economia portuguesa, o que explica que várias instituições estimem que Portugal é o país que mais vai crescer este ano, considera o antigo ministro da Economia Pedro Siza Vieira.
"Temos mais segurança, estamos mais distantes da zona de conflito, o que é positivo do ponto de vista da atração de turistas; o que é positivo do ponto de vista da proximidade com outros mercados que são significativos para as nossas exportações; o que é importante do ponto de vista da atratividade de investimento estrangeiro", disse Siza Vieira, em declarações à CNN Portugal, na quinta-feira.
O antigo ministro da Economia dá ainda conta de um "outro efeito importante", que está relacionado com o facto de "no conjunto do nosso 'mix' energético, estamos mais resistentes aos aumentos dos preços da energia do que outras economias europeias".
Na opinião do antigo governante, "é isso que explica que a Comissão Europeia, FMI e OCDE estimem que Portugal vai ser o país que mais vai crescer na UE".
A Comissão Europeia está mais otimista e vê o produto interno bruto (PIB) português a crescer 5,8% este ano, o que significa uma revisão em alta face às anteriores projeções, segundo as previsões económicas de primavera, divulgadas na segunda-feira.
Também esta semana, a equipa do FMI, que esteve em Portugal para a avaliação anual, melhorou a perspetiva de crescimento do PIB português para 4,5% este ano, piorou a da inflação para 6% e manteve a do défice orçamental.
Leia Também: EUA. Senadores apresentam projeto para "proteger" democracia nas Américas