"Teremos hoje um primeiro debate, dentro da reunião do Eurogrupo, sobre a candidatura a diretor-geral do MEE, à qual Portugal avança com a candidatura do ex-ministro João Leão, uma candidatura forte, que recolhe já apoios importantes", declarou Fernando Medina.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas à entrada para o Eurogrupo, o governante anteviu uma "discussão ampla e franca sobre o melhor caminho a seguir, num espírito de cooperação e unidade entre os diversos países", não sendo, porém, esperada já uma decisão hoje, mas antes "um primeiro debate sobre as opções em cima da mesa e sobre qual a melhor a solução para o futuro deste instrumento tão importante".
De acordo com Fernando Medina, João Leão "é uma personalidade muito apreciada no seio do Eurogrupo, tem um trajeto académico e científico muito forte, uma experiência muito grande, uma experiência política muito grande e com resultados -- quer como secretário de Estado, quer como ministro -- e presidiu ao Ecofin durante a presidência portuguesa".
Além disso, "é uma personalidade bem conhecida de vários dos meus colegas atualmente, que veem com bons olhos a sua candidatura", salientou.
Ainda assim, Fernando Medina adiantou que, ao todo, são "quatro fortes candidatos", pelo que o Eurogrupo vai agora "iniciar o debate e, certamente, propiciar aquela que será uma boa escolha para o novo diretor do MEE".
Além de Leão, concorrem à liderança da instituição financeira que assegura a estabilidade da zona euro o ex-ministro das Finanças luxemburguês Pierre Gramegna, o italiano Marco Buti, antigo chefe de gabinete do comissário europeu da Economia, e o antigo secretário de Estado das Finanças da Holanda Menno Snel.
No dia em que o fórum de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) discute, em Bruxelas, as candidaturas à sucessão de Klaus Regling no MEE, foram divulgadas as cartas de intenções dos quatro candidatos.
Na sua carta, o ex-ministro das Finanças, João Leão, argumenta ter o perfil "político e técnico" para assumir o cargo de diretor executivo do MEE, sublinhando na sua carta de candidatura a experiência governamental desde 2015.
Na reunião de hoje do Eurogrupo, os ministros das Finanças, entre os quais Fernando Medina, vão analisar as candidaturas, mas não é esperada uma tomada de posição, algo que só sucederia se houvesse consenso em torno de um nome, cenário que parece difícil de ser alcançado hoje, devendo a decisão ser tomada em junho, numa reunião do Conselho de Governadores do MEE, agendada para dia 16.
O Conselho de Governadores é o órgão máximo de tomada de decisões do MEE, sendo composto por representantes governamentais de cada um dos 19 acionistas do mecanismo, os países do euro, com a responsabilidade da pasta das Finanças. Portugal está representado por Fernando Medina.
Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.
O diretor executivo é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos, podendo ser renovados apenas uma vez.
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