"O objetivo [a produção de biocombustível] claramente não foi conseguido. Percebeu-se isso em 2014", afirmou o responsável, reforçando: "Não estamos a insistir nesse falhanço."
Francisco Taboada falava na comissão de Economia, Finanças e Turismo da Assembleia Legislativa da Madeira, no âmbito de uma audição requerida pelo PS, o maior partido da oposição regional, sobre a desistência da parceria entre a empresa pública do setor da eletricidade e a BuggyPower.
Estas empresas são responsáveis pela gestão da fábrica instalada no Porto Santo, que representou um investimento do Governo Regional da Madeira na ordem dos 45 milhões de euros, sem qualquer comparticipação comunitária.
O projeto teve início em 2008, mas a produção de biocombustível a partir de microalgas revelou-se inviável.
A fábrica só começou a laborar em 2019, apostando em substâncias destinadas à indústria alimentar e de cosmética, mas também sem sucesso.
"Não é razoável prosseguir com a parceria", disse Francisco Taboada aos deputados da comissão de Economia, Finanças e Turismo, explicando que a posição da EEM já foi comunicada ao executivo madeirense (PSD/CDS-PP).
O administrador da empresa pública adiantou ainda estar a ser estudada uma solução, que passa por uma eventual alienação da totalidade ou de parte do capital social, mas sublinhou que os direitos dos 45 trabalhadores porto-santenses serão tidos em consideração.
"O projeto não tem interesse para produção de biocombustível, mas tem valor", realçou, indicando haver empresas privadas que já manifestaram interesse na fábrica.
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