"Temos um grande custo social, com os preços dos alimentos e da energia a subir, e uma parte mais pobre da população a precisar de alguma assistência", disse Campos Neto, um conhecido economista liberal, numa conferência com financiadores.
A inflação no Brasil atingiu 12,75% em maio, numa base anual, devido ao aumento constante dos preços dos combustíveis e dos alimentos, que o Governo não conseguiu conter, apesar de vários cortes fiscais e outras medidas.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, defende que a pressão inflacionista é uma consequência da turbulência internacional causada pela invasão russa da Ucrânia e da paragem económica imposta entre 2020 e 2021 pela pandemia da covid-19.
Campos Neto, contudo, considerou que tal como a situação internacional está a conduzir a inflação, o Brasil também está a beneficiar de receitas fiscais mais elevadas devido ao aumento dos preços das suas exportações de matéria-prima.
Neste contexto, o responsável considerou que "transferir parte deste choque positivo para resolver questões sociais, através de subsídios, é uma boa solução".
Na sua opinião, os subsídios devem ser apenas "temporários" e não se tornam "permanentes".
Clarificou também que "mesmo que se seja liberal e diga que os preços atingirão o equilíbrio, os preços continuarão a subir, o consumo a cair" e "isto não é nem social nem politicamente viável".
Apesar da posição do Banco Central, órgão autónomo desde meados do ano passado, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, bem como Bolsonaro, opõem-se absolutamente às políticas de subsídios, que consideram ambas opostas à linha económica liberal mantida pelo Governo.
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