Wall Street em baixa com estatísticas a reforçar cenário de alta de juro
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa mais uma sessão volátil, para começar o mês, depois de uma série de estatísticas sobre a economia dos EUA.
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Economia Bolsas
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice Dow Jones Industrial Average recuou 0,54%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,72% e o alargado S&P500 desvalorizou 0,75%.
Os índices tinham começado claramente em território positivo até ao aparecimento, a meio da manhã, de um índice de atividade industrial ISM nos EUA, relativo a maio, que surpreendeu ao sair melhor do que estava previsto.
Esta aceleração inesperada da atividade industrial fez subir os rendimentos das obrigações e a cotação do dólar e uma evolução contrária no mercado acionista.
Os rendimentos das obrigações do Tesouro a 10 anos aumentaram para 2,92% dos 2,84% da véspera.
"O índice ISM (...) e a sua componente sobre o índice dos preços, também mais forte do que esperado, foram os catalisadores" que propulsionaram o dólar para a alta, indicou Brad Bechtel, diretor para o mercado cambial da Jefferies.
"Vamos ver nos próximos meses períodos onde os investidores pensam que é preciso mais ação contra a inflação e períodos em que se pensa o contrário, com a preocupação com a recessão a dominar", avançou o analista.
Previu ainda a continuidade da volatilidade, "enquanto se vai ter situações de vai-e-vem durante os próximos meses, até que se tenha sinais firmes de que a inflação está a diminuir".
Para Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, o copo está meio cheio: "O dólar muito forte, a tensão dos rendimentos obrigacionistas provocaram a baixa dos índices (...) mas eles continuam não muito longe dos sólidos ganhos realizados na semana passada".
Depois de terem caído fortemente, os índices recuperaram o terreno perdido depois da divulgação do Livro Bege da Reserva Federal (Fed), o último relatório sobre o estado da economia dos EUA antes da próxima reunião da Fed sobre política monetária, prevista para dentro de duas semanas.
Neste documento, "algumas regiões apresentaram um crescimento modesto, o mercado laboral permaneceu estreito e a inflação continuou forte", sintetizou Cardillo. "Mas tudo isto, os investidores já o sabiam, razão pela qual os índices se estabilizaram".
A Fed, por seu lado, começou a reduzir o seu balanço, forte de cerca de nove biliões (milhão de milhões) de dólares em dívida pública e outras obrigações, na que é outra forma de apertar as condições monetárias, apontaram os analistas do Wells Fargo.
Até setembro, a Fed vai reduzir os seus ativos em 47,5 mil milhões de dólares por mês para depois passar para 90 mil milhões mensais.
Na bolsa, todos os setores fecharam em baixa, exceto o da energia.
Os bancos lideraram as descidas, no dia em o dirigente do JP Morgan, Jamie Dimon, disse que os investidores se deveriam preparar para um "furacão", evocando os efeitos combinados da inflação, da subida da taxa de juro e da invasão russa da Ucrânia.
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