"Não podemos ter um modelo de governança que seja simplesmente a favor da corrente, tem também de ser contracorrente", referiu o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na sessão de encerramento do simpósio de alto nível sobre a Água, realizado no âmbito da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (UNOC, sigla em inglês), que hoje começou em Lisboa.
António Costa Silva defendeu, assim, o envolvimento de países, empresas e pessoas como forma de se lidar com as "terríveis mudanças que o planeta está a enfrentar".
Acentuando a necessidade de nos "forcarmos" numa "ação coletiva", o ministro salientou também a importância de países localizados em regiões que já enfrentam maiores problemas de falta de água, como o sul da Europa e África, trabalharem em conjunto na busca de soluções partilhando experiências e conhecimento.
Neste contexto, lembrou as suas origens angolanas para citar o ditado que diz: "Se quiseres andar depressa, vai sozinho. Se quiseres ir longe, vai acompanhado".
"A gestão integrada dos recursos hídricos é crucial", disse, acentuando que há muito que pode ser feito ao nível da reutilização da água da chuva ou da redução do desperdício e de perdas na rede e que não se pode ficar preso a ideias e atitudes do passado.
O ministro defendeu, por isso, a necessidade de mudar e de estabelecer uma nova visão para o futuro, para que a água deixe de ser vista como um recurso que "está lá", e ser encarada como algo que tem de ser usado de forma devida.
A Conferência dos Oceanos das Nações Unidas decorre este ano em Lisboa (no Altice Arena), copresidida por Portugal e pelo Quénia, entre hoje e sexta-feira, e conta com a presença de chefes de Estado e de governo de todos os continentes.
São esperados mais de 7.000 participantes de mais 140 países, 38 agências especializadas e organizações internacionais, mais de mil organizações não-governamentais, 410 empresas e 154 universidades.
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