NATO. Aliados reiteraram compromisso com meta de 2% do PIB para a Defesa

Os Estados-membros da NATO reiteraram hoje o seu compromisso para atingir a meta de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) reservados à Defesa e concordaram em "aumentar o orçamento comum" da Aliança, anunciou o secretário-geral da organização.

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Lusa
29/06/2022 16:14 ‧ 29/06/2022 por Lusa

Economia

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"Fazer mais vai custar mais. Hoje, os Aliados reiteraram o compromisso assumido em 2014: gastar, pelo menos, 2% do PIB em Defesa", anunciou Jens Stoltenberg em conferência de imprensa após a primeira sessão de trabalho no âmbito da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), a decorrer em Madrid.

Segundo Stoltenberg, "desde 2014, os Aliados europeus e o Canadá gastaram mais 350 mil milhões de dólares americanos" em Defesa, com "nove Aliados a atingirem já ou a excederem a meta dos 2%", 19 Aliados com "planos para atingir essa meta até 2024" e cinco com "compromissos claros para atingir depois" dessa data.

"Os 2% são cada vez mais vistos como o mínimo e não o máximo. Os Aliados também estão a investir mais em capacidades modernas, contribuindo mais para os exercícios e os destacamentos da NATO", sublinhou.

Stoltenberg disse esperar que "todos os Aliados cumpram as diretrizes estabelecidas" pela NATO, recordando que, quando os Estados-membros concordaram em estabelecer a meta dos 2% na cimeira do País de Gales, em 2014, o objetivo era atingir esse valor até 2024.

"Desde então, o mundo tornou-se mais perigoso. Eu próprio fui político durante muitos anos e percebo que é sempre mais fácil investir em saúde, educação ou infraestruturas, em vez de reservar verbas para a Defesa. É algo que é muito compreensível: foi essa a razão pela qual os Aliados da NATO reduziram as despesas em Defesa no final da Guerra Fria", referiu.

No entanto, Stoltenberg salientou que, da mesma maneira que "se reduzem as despesas em Defesa quando há poucas tensões", é também preciso ser "capaz de aumentá-las quando as tensões estão a aumentar e quando se vive num mundo mais perigoso".

"Por isso, saúdo o facto de que todos os Aliados tenham aumentado as suas despesas em Defesa. Nem todos os Aliados têm planos para atingir os 2% até 2024, mas a grande maioria tem esses planos, e cada vez mais Aliados estão a atingir essa meta ou estão muito próximos. Isto é uma mensagem para todos os Aliados, apesar de também saudar o facto de os Aliados estarem a fornecer muitas capacidades e a contribuir para as missões e operações da NATO", destacou.

Além de reiterar a meta dos 2%, Stoltenberg anunciou também que os Estados-membros da Aliança Atlântica concordaram em "aumentar o orçamento comum da NATO, para financiar mecanismos de reforço, treinos, exercícios" ou estabelecer "colaborações com parceiros".

Na declaração da Cimeira de Madrid, os Aliados reiteram o compromisso de atingir os 2% até 2024 e pretendem decidir, no próximo ano, os "compromissos subsequentes" pós-2024.

"Vamos trabalhar com base no progresso feito até agora para nos assegurarmos que o aumento das despesas nacionais em Defesa e o orçamento comum da NATO estarão à altura dos desafios de uma ordem securitária mais contestada. Investir na nossa Defesa e capacidades é essencial", afirmou.

O compromisso dos Aliados surge depois de, hoje de manhã, o primeiro-ministro, António Costa, ter afirmado que Portugal não se pode "objetivamente comprometer" com uma data para atingir a meta de 2% do PIB reservados à Defesa.

"Nós assumimos compromissos que sabemos que podemos cumprir. (...) De uma forma séria, não podemos objetivamente comprometer-nos com uma data [para atingir os 2% do PIB destinados à Defesa], atenta a situação de incerteza que a economia global está a viver, com um enorme crescimento da inflação, com uma pressão sobre as taxas de juros, e a grande determinação que temos de uma forte redução da nossa dívida pública", afirmou António Costa.

Leia Também: Papa Francisco lamenta "ataques bárbaros" russos sobre a Ucrânia

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