Segundo a 16.ª edição do relatório do Fórum Económico Mundial (World Economic Forum, WEF) sobre a igualdade de género, hoje publicado, o indicador, que a 100% mostraria paridade total e a 0% uma disparidade total, situou-se em 62,9% este ano, numa altura em que a taxa de desemprego global das mulheres e dos homens é, respetivamente, de 6,4% e 6,1%, indica o relatório.
O impacto negativo desproporcionado da pandemia no mercado de trabalho feminino foi parcialmente explicado pelo maior envolvimento das mulheres em setores como os cuidados sociais e a educação, que foram duramente atingidos pela pandemia (encerramentos de escolas e jardins de infância, confinamentos, etc.), segundo o relatório do WEF.
O estudo aponta, no entanto, um quadro um pouco mais positivo em termos de participação das mulheres em posições de liderança, que tem vindo a aumentar desde 2016 (de 33,3% em 2016 para 36,9% atualmente), embora ainda seja significativamente inferior à taxa dos homens no topo.
Contudo, o progresso estagnou durante a pandemia, afirma o WEF, que também destaca grandes diferenças setoriais: a paridade é quase atingida em organizações governamentais (com 47% das mulheres em posições de liderança), educação (46%) ou serviços sociais (45%), enquanto noutros setores os números são muito mais baixos.
Nas empresas energéticas, por exemplo, apenas 20% dos cargos de poder são ocupados por mulheres, e esta percentagem não é sequer atingida em setores como as infraestruturas ou a indústria, de acordo com as estatísticas apresentadas no relatório.
A nível educacional, o estudo do WEF, a organização que acolhe anualmente o Fórum de Davos, observa que as mulheres continuam a estar sobrerrepresentadas no ensino superior relacionado com a educação, saúde e bem-estar, mas estão sub-representadas na ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
O relatório termina com um apelo aos líderes para "aproveitarem a criatividade e dinamismo dos seus países para superar as crises atuais e acelerar uma recuperação robusta".
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