Nas previsões macroeconómicas de verão, hoje divulgadas, o executivo comunitário antevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do euro cresça 2,6% em 2022 e 1,4% em 2023, números que comparam com a anterior projeção de primavera, publicada em maio passado, de 2,7% este ano e de 2,3% no próximo.
Mantida é a previsão de crescimento económico da conjunto da União Europeia (UE) este ano, em 2,7%, mas é revista a subida do PIB para 1,5% em 2023, quando anteriormente se projetava 2,3%.
A Comissão Europeia admite que "muitos dos riscos negativos em torno da previsão de primavera de 2022 se materializaram", principalmente por a invasão russa da Ucrânia ter colocado "pressões ascendentes adicionais sobre os preços da energia e dos produtos alimentares".
Esta situação está "a alimentar as pressões inflacionistas globais, corroendo o poder de compra das famílias e desencadeando uma resposta de política monetária mais rápida do que a anteriormente assumida", elenca a instituição, lembrando ainda outros fatores, como a "desaceleração contínua do crescimento nos Estados Unidos" e os sucessivos confinamentos na China.
Além disso, "a economia da UE permanece particularmente vulnerável à evolução dos mercados energéticos devido à sua elevada dependência dos combustíveis fósseis russos, e o enfraquecimento do crescimento global diminui a procura externa", reconhece ainda a instituição.
Numa altura em que se assinalam quase cinco meses da invasão russa da Ucrânia e em que os preços batem máximos, especialmente impulsionados pelo setor energético, Bruxelas atualiza então as previsões económicas de verão com um cenário de abrandamento económico e de alta inflação, mas rejeitando recessão.
De acordo com Bruxelas, a pesar nas projeções hoje publicadas está um "primeiro trimestre mais forte do que o anteriormente estimado para sustentar a taxa de crescimento anual para 2022", bem como uma "promissora época turística", que ainda assim são contrabalançados com os impactos da guerra.
Para 2023, "espera-se que o crescimento económico trimestral ganhe ímpeto, em consequência de um mercado de trabalho resiliente, da moderação da inflação, do apoio do Mecanismo de Recuperação e Resiliência e da ainda grande quantidade de poupanças excedentárias", adianta Bruxelas.
[Notícia atualizada às 10h36]
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