Num relatório publicado hoje, a AIE analisa as primeiras consequências da guerra na Ucrânia para a Europa devido à forte dependência energética da Rússia, que forneceu, em 2020, quase 30% do gás consumido na Europa, além de mais de 20% do petróleo e 12% do carvão.
Atendendo a um índice de base de 100 pontos, no início de 2016, os preços em França e na Alemanha são já 10 vezes superiores (1.000 pontos).
A escalada vai acelerar no Inverno, precisamente quando há receios de problemas de abastecimento ou de uma nova subida dos preços do gás, se se confirmar que a Rússia irá fechar as torneiras à Europa.
Os autores do estudo preveem que os preços em França tripliquem até ao final do ano (para 3.000 pontos), enquanto na Alemanha possam quase duplicar para cerca de 1.750 pontos.
Para o ano 2023, as previsões apontam para uma queda em ambos os países, na primeira parte do ano, voltando a encarecer no segundo semestre e terminando com cerca de 1.500 pontos, ou seja, quinze vezes o preço que tinham no início de 2016.
Já no que diz respeito ao Reino Unido, o relatório prevê que passará dos atuais 500 para cerca de 1.250, no quarto trimestre, antes de descerem abaixo do limiar dos 750, no segundo semestre do próximo ano.
A AIE prevê que a procura global de eletricidade, que subiu 6% em 2021, em grande parte como reação à paralisação durante a pandemia, vai crescer 2,4% este ano e a um valor semelhante em 2023, num ritmo parecido ao do período entre 2015 e 2019, mas inferior ao previsto no início do ano.
O relatório nota que a Europa será a região do mundo com a mais baixa taxa de crescimento da procura de eletricidade em 2022 (abaixo de 1%).
O consumo de eletricidade no continente americano vai aumentar quase 2% este ano, uma projeção mais elevada do que aquela feita em janeiro e que se explica sobretudo com a rápida recuperação económica dos Estados Unidos.
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