Banco de Inglaterra revê em baixa crescimento para 3,5%

O Banco de Inglaterra reviu em baixa crescimento económico deste ano, de 3,75% para 3,5%, e previu que o Reino Unido entre numa "longa recessão", que pode durar mais de um ano, a partir do último trimestre.

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Lusa
04/08/2022 14:48 ‧ 04/08/2022 por Lusa

Economia

Inglaterra

Para 2023, o Banco de Inglaterra prevê uma contração de 1,5% e no ano seguinte outra de cerca de 0,25%, enquanto espera que os rendimentos reais das famílias caiam rapidamente este ano e no próximo.

Assim, o banco central britânico prevê que os rendimentos reais das famílias caiam 1,5% este ano e 2,25% no próximo ano.

O governador do banco, Andrew Bailey, sublinhou hoje numa conferência de imprensa que os riscos atuais são "excecionais".

"A fonte destes riscos e o motor destas revisões das nossas previsões desde maio são, na sua esmagadora maioria, os preços da energia e as consequências das ações da Rússia", disse Bailey.

O banco prevê também um novo aumento da inflação, que poderá subir para 13% no último trimestre do ano e manter-se em níveis elevados até 2023, embora se espere que a tendência seja mais baixa a partir daí.

O Banco de Inglaterra aumentou hoje as taxas de juro no Reino Unido de 1,25% para 1,75%, o nível mais alto desde dezembro de 2008, devido ao aumento contínuo da inflação homóloga, atualmente em 9,4%.

O aumento, esperado pelos analistas, responde ao aumento dos preços provocado pela recuperação económica pós-pandemia, pela guerra na Ucrânia e pela subida dos custos de energia.

No final da reunião de hoje, o Comité de Política Monetária do banco emissor britânico optou por este novo aumento, enquanto a entidade alertou para uma possível recessão no Reino Unido.

A comissão, composta por nove membros, votou oito contra um a favor do aumento do preço do dinheiro para 1,75%.

O comité - que visa manter a inflação em cerca de 2% - disse que considerava que uma medida forte era "justificada" pela subida dos preços da energia.

"De um modo geral, um ritmo mais rápido de aperto das políticas nesta reunião ajudaria a trazer a inflação de volta ao objetivo de 2% de uma forma sustentável a médio prazo, e a reduzir os riscos de um ciclo de aperto mais prolongado e dispendioso mais tarde", acrescentou o banco.

O banco salientou que os preços do gás por grosso quase duplicaram desde maio, devido à decisão da Rússia de restringir o fornecimento de gás na Europa e ao risco de novas restrições.

"À medida que isto se for repercutindo nos preços da energia a retalho, irá exacerbar a queda dos rendimentos reais das famílias britânicas e aumentar ainda mais a inflação", acrescenta.

A subida da taxa de juro surgiu depois do regulador de energia britânico Ofgem (Office of Gas and Electricity Markets) ter dito hoje que as contas de energia irão mudar de três em três meses para evitar choques de preços acentuados.

Atualmente, o preço máximo que as empresas de energia estão autorizadas a cobrar aos seus clientes é fixado semestralmente, mas a alteração é uma resposta à atual variação de preços.

Em outubro de 2021, o preço máximo da energia era de 1.400 libras (1.666 euros) por ano, mas em abril último subiu para 1.971 libras (2.345 euros).

No próximo mês de outubro espera-se que o preço suba para 3.358 libras (3.996 euros).

Depois da subida das taxas de juro, a libra esterlina desceu 0,05% em relação ao dólar, para 1,211 dólares, e 0,5 % em relação ao euro, para 1,189 euros.

Leia Também: Banco de Inglaterra sobe taxas de juro de 1,25% para 1,75% no Reino Unido

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