Lagarde avisa que política monetária não pode atuar nos preços da energia

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, salientou hoje que o compromisso da instituição é baixar a inflação, mas recordou que a política monetária não pode atuar sobre os preços da energia.

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Lusa
08/09/2022 16:15 ‧ 08/09/2022 por Lusa

Economia

BCE

"Não posso reduzir o preço da energia, não posso convencer um grande 'player' mundial a reduzir o preço do gás, não posso reformar o mercado da eletricidade", disse a responsável do banco central, em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho de Governadores, que decidiu um aumento histórico de 75 pontos base nas três taxas de juros da zona euro.

Christine Lagarde revelou-se satisfeita com a Comissão Europeia estar "a considerar dar passos" nesse sentido.

No entanto, ressalvou que as decisões monetárias podem atuar no consumo e na redução da inflação, mas que se as causas predominantes dos preços continuarem a subir, "é um trabalho para mais alguém".

A Comissão Europeia quer um limite de preços para importações de gás por gasoduto da Rússia para a União Europeia (UE) para contornar os "valores extremamente elevados", mas admite novas ruturas, para as quais os 27 "estão preparados".

A posição consta de um documento de trabalho do executivo comunitário e que será discutido no Conselho Extraordinário da Energia de sexta-feira, no qual a instituição argumenta que, para a UE conseguir uma reduzida exposição ao gás russo, deveria considerar como "opção mais viável" impor um "limite de preços para as importações de gás por gasoduto".

Para a Comissão Europeia, tal solução também permitirá contornar os "preços extremamente elevados do gás natural, [que] permitiram à Rússia manter as receitas apesar dos cortes deliberados nos volumes", numa altura em que se registam fortes perturbações no abastecimento a alguns países da UE (principalmente a 13 Estados-membros) e em que se teme rutura total.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também anunciou esta quinta-feira que a instituição quer impor um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos e uma "contribuição solidária" das empresas de combustíveis fósseis, assim como estabelecer um limite para a compra de gás russo.

Estas três medidas, que Bruxelas quer "imediatas", fazem parte de um pacote de propostas com vista a "proteger consumidores e empresas vulneráveis", quando famílias e empresas enfrentam "preços astronómicos de eletricidade" e se assiste a "uma enorme volatilidade do mercado".

O pacote inclui ainda duas outras propostas: uma meta vinculativa para redução do consumo de eletricidade e a facilitação de apoio à liquidez por parte dos Estados-membros para as empresas de serviços energéticos que se confrontam com problemas devido a essa volatilidade do mercado.

Leia Também: Lagarde alerta para recessão em 2023 em caso de corte total do gás russo

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