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Sem maioria qualificada, Leão sai da corrida ao MEE para "evitar impasse"

Também a do luxemburguês Pierre Gramegna acabou por cair, sendo que a decisão de retirada das candidaturas serve para "evitar um impasse" na sucessão do cargo. 

Sem maioria qualificada, Leão sai da corrida ao MEE para "evitar impasse"
Notícias ao Minuto

11:02 - 20/09/22 por Beatriz Vasconcelos

Economia João Leão

O Governo anunciou, esta terça-feira, que a candidatura de João Leão ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) caiu por falta de uma maioria qualificada na votação. Também a do luxemburguês Pierre Gramegna acabou por cair, sendo que a decisão de retirada das candidaturas serve para "evitar um impasse" na sucessão do cargo. 

"O Ministério das Finanças informa que as candidaturas dos ex-ministros das Finanças português e luxemburguês, João Leão e Pierre Gramegna, ao cargo de Diretor-Geral do MEE foram retiradas de comum acordo no interesse da instituição sediada no Luxemburgo", pode ler-se no comunicado da tutela ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso. "Para evitar um impasse e para não prejudicar a sucessão de Klaus Regling, atual diretor-geral do MEE, as duas candidaturas foram retiradas da disputa a partir de hoje", acrescenta o gabinete do ministro Fernando Medina. 

Ao que explica o Ministério das Finanças, na sequência de consultas informais que decorreram nos últimos meses entre os ministros das Finanças da zona euro, "verificou-se que, ainda que cada um dos candidatos tenha reunido um grande número de votos, nenhum dos dois conseguiu obter a maioria qualificada de 80% dos votos necessária para ser nomeado Diretor-Geral do MEE".  

Segundo o Governo, o "presidente do Eurogrupo e presidente do Conselho de Governadores do MEE, Paschal Donohoe, informará oportunamente sobre o processo subsequente".

Vale sublinhar que cabe aos ministros das Finanças do euro escolher quem lidera o MEE, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado.

Portugal, por exemplo, tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto.

Para um candidato ser eleito como diretor executivo do mecanismo tem de ter um apoio de, pelo menos, 80% dos votos dos membros do MEE.

O diretor executivo do MEE é responsável por conduzir os trabalhos do mecanismo, atuando como representante legal da organização e presidindo ao Conselho de Administração, sendo os seus mandatos de cinco anos e podendo ser renovados apenas uma vez.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da zona euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

[Notícia atualizada às 11h15]

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