Em comunicado, a entidade explicou que se deslocou ao Porto para se "reunir com várias entidades locais e fazer o balanço do que aconteceu um ano após o despedimento de mais de cem (137) trabalhadores da Refinaria do Porto", que estava localizada em Matosinhos.
Depois desta iniciativa, a estrutura concluiu que "ainda há 84 trabalhadores inscritos nos Centros de Emprego e Formação Profissional, quer dizer desempregados", alertando que, "destes, a grande maioria termina o subsídio de desemprego no início do próximo ano".
"Àqueles somam-se um número indeterminado de trabalhadores que estão desempregados e por várias razões não estão inscritos no Centro de Emprego ou que este lhes perdeu o rasto", indicou a CCT.
A CCT criticou ainda "o Governo e Administração [da Galp]", alegando que "quiseram encerrar uma Refinaria para sacar milhares de milhões em fundos comunitários" e garantindo que "todos os apoios e cuidados para com os trabalhadores despedidos eram prometidos pelo Governo".
"Não se cansaram de invocar o Fundo para a Transição Justa que ainda nem sequer tinha projetos aprovados. Depois de desmascarada esta mentira, o Governo disse que iria antecipar 90 milhões de euros destinados ao mesmo fim", disse a CCT, sublinhando que "todas as promessas feitas se resumem a pouco mais que uma dúzia de vagas para maquinistas da Refer [Infraestruturas de Portugal] e com um grau de incerteza quanto ao seu preenchimento, embora digam que avançarão com esta formação".
"O Governo foi cúmplice, porém não podemos esquecer que foi a Administração quem abandonou estes trabalhadores à sua sorte no meio de uma pandemia e fechou uma refinaria que os especialistas, como a Wood McKenzie", defendeu a CCT, dizem agora que tem "lugar na transição energética -- em particular aquelas com a componente petroquímica associada -- como a Refinaria do Porto".
Assim, "a CCT exige a reintegração de todos os trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo", afirmando ainda que "tentou perceber no terreno o que é o 'Matosinhos Future Hub' e para já, não será mais que um nome e sobretudo um enorme embuste para justificar/amenizar o cenário desolador do gigantesco cemitério em que transformaram aqueles terrenos", nos quais "se inclui uma central de cogeração em bom estado de operação".
Além disso, indicou "sobre o futuro do Parque Logístico que funciona nas instalações, também nada foi concretizado. Tudo se resume a uma nuvem difusa, e que ninguém aparenta conhecer ou todos fingem ignorar", lamentou.
No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines.
Em fevereiro deste ano, foi anunciado que a antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro", segundo a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
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