Dívida de Angola melhora para 56,6% do PIB este ano
A dívida de Angola face ao Produto Interno Bruto (PIB) deverá melhorar este ano para 56,6%, o que representa uma descida de quase dois terços face aos 136,5% do PIB registados em 2020.
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Economia Angola
De acordo com o 'Fiscal Monitor', divulgado no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorrem em Washington esta semana, o rácio da dívida pública de Angola face ao Produto Interno Bruto deverá passar de 136,5%, em 2020, para 86,4%, no ano passado, e 56,6% este ano, caindo ainda mais em 2023, para 52,5% do PIB.
No relatório, o FMI não apresenta uma explicação para esta previsão, mas a apreciação do kwanza nos últimos trimestres, depois de vários anos de fortes quedas na sequência da liberalização parcial da taxa de câmbio, e o regresso aos crescimentos positivos da economia no ano passado, e principalmente este ano, explicam boa parte da melhoria deste indicador.
Apesar da melhoria do rácio da dívida, Angola continua a figurar nas listas de países com uma dívida demasiado elevada, não tanto pelo valor relativamente ao PIB, mas pelo custo do endividamento, ou seja, pelos juros que os investidores privados exigem para participar nas emissões de dívida pública.
Na quarta-feira, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou um relatório no qual Angola figurava na lista dos países mais vulneráveis ao peso da dívida.
De acordo com os dados do PNUD, que colocava Angola como estando na fronteira dos 54 países mais vulneráveis, Luanda tinha uma dívida que valia, no ano passado, 83,6% do PIB, sendo que do total de 47,1 mil milhões de dólares em dívida reportados em 2020, mais de 76% eram devidos à China e apenas 6,1% ao Clube de Paris, a organização que representa os países mais desenvolvidos e reúne os empréstimos bilaterais feitos aos países em desenvolvimento.
No relatório, o PNUD alertava que "para evitar uma repetição das crises de dívida anteriores e uma nova década perdida, as reestruturações de dívida não devem dar prioridade à extensão da maturidade da dívida e reduções nas taxas de juro, sobre um perdão de dívida ['write-down', no original em inglês] se e quando a Análise da Sustentabilidade da Dívida sugerir que estes perdões são necessários para restaurar a sustentabilidade".
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a previsão de crescimento para a África subsaariana, estimando agora um crescimento de 3,6% e 3,7% neste e no próximo ano, com a inflação a subir para 14,4%.
"Na África subsaariana, a perspetiva de crescimento é ligeiramente pior que a previsão de julho, com um declínio, de 4,7% em 2021, para 3,6% e 3,7% em 2022 e 2023, respetivamente, o que representa revisões em baixa de 0,2 e 0,3 pontos percentuais", lê-se no relatório sobre as Previsões Económicas Mundiais, divulgado esta semana no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial.
Esta revisão em baixa "reflete o crescimento mais baixo dos parceiros comerciais, as condições financeiras e monetárias mais restritivas e uma mudança negativa nos termos do comércio das matérias-primas", acrescentam os economistas do FMI, que estimam um crescimento mundial de 3,2% este ano, menos 0,2 pontos percentuais que a previsão de julho, e um abrandamento para 2,7% em 2023.
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