O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, esta segunda-feira, que a pobreza é uma realidade que persiste na sociedade portuguesa, lembrando que há quase dois milhões de pobres em solo nacional. O chefe de Estado pede, por isso, que se olhe com "vontade e ambição" para este tema.
Numa nota publicada no site da Presidência, a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Marcelo lembra que "falar de combate à pobreza e às desigualdades em Portugal é antes de mais falar de uma sociedade envelhecida, onde os mais velhos correm maior risco de pobreza e exclusão social".
Refere também que "é falar de uma sociedade onde as causas estruturais da pobreza se cristalizaram ao longo de anos, para não dizer décadas, e que passam de geração em geração" e, ainda de um "lastro que afeta o nosso presente, e que terá consequências no nosso futuro, porque atinge as nossas crianças"
"Falar de combate à pobreza e às desigualdades em Portugal é assumir esta realidade e olhá-la de frente, apontando caminhos para a sua resolução. Caminhos que coloquem este desafio, e sobretudo o desafio do combate à pobreza infantil e entre os idosos, enquanto desígnio nacional", pode ler-se na mesma nota.
O Presidente da República considera que este é um caminho que "começou já a ser trilhado", lembrando que a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030 prevê retirar 660 mil pessoas da situação de pobreza e reduzir para metade da taxa de pobreza nas crianças e entre trabalhadores.
"Impõe-se, e as efemérides como a que hoje se assinala servem para sublinhar esse facto, a concretização destas metas, com uma abordagem diferente à pobreza, encarada como um desafio que todos temos de partilhar, adotando novos modelos de ação, capazes de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas", conclui Marcelo.
A guerra na Ucrânia e a consequente desaceleração da economia atiraram para a pobreza mais quatro milhões de crianças, só na Europa de leste e Ásia central, anunciou a Unicef num estudo hoje divulgado.
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