"A Comissão está a monitorizar diária e semanalmente as quantidades de gás fornecidas à Europa e, se forem detetadas interrupções nos fluxos, os serviços da Comissão investigam as causas das perturbações", indica fonte oficial do executivo comunitário em resposta escrita enviada à agência Lusa.
Dois dias depois de a Galp ter indicado que a redução na produção e fornecimento de gás da Nigéria pode afetar abastecimento em Portugal, a instituição destaca que se "reúne semanalmente com os representantes dos Estados-membros no Grupo de Coordenação do Gás", encontros nos quais os países informam Bruxelas "sobre os desenvolvimentos recentes nos seus respetivos países que possam afetar a segurança global do aprovisionamento da União Europeia".
"Esta questão ainda não foi levantada nestas reuniões", adianta a mesma fonte oficial à Lusa.
A Nigeria LNG Limited alertou a Galp para "uma redução substancial na produção e fornecimento de gás natural liquefeito" devido às chuvas e inundações registadas na África Ocidental e Central, que pode meter em risco o abastecimento em Portugal, segundo uma nota enviada pela empresa portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários na noite de segunda-feira.
Naquela nota, a Galp dizia que ainda "não foi disponibilizada qualquer informação que suporte a avaliação dos potenciais impactos do evento, que poderão, no entanto, resultar em perturbações adicionais de abastecimento" à petrolífera portuguesa.
No seguimento dessa informação ao mercado, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática veio dizer que "não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria", afirmando ainda não haver "escassez no mercado".
A tutela vincou que "qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global".
Já na terça-feira, a Galp disse que "não é claro neste momento" se as inundações da Nigéria, principal fornecedor nacional de gás natural, poderão causar ruturas adicionais de abastecimento e garantiu estar a monitorizar a situação.
O alerta surge numa altura de crise energética na União Europeia, acentuada pelos efeitos da guerra da Ucrânia, e quando a Comissão Europeia adota medidas para enfrentar os altos preços e os problemas no fornecimento, nomeadamente por parte da Rússia.
Leia Também: Polícia abre investigação a ataque ao autocarro do Manchester City