Bruxelas na próxima cimeira sobre ligação Barcelona-Marselha

A Comissão Europeia recebeu como uma "grande notícia" o acordo entre Portugal, Espanha e França para a ligação energética Barcelona-Marselha e vai juntar-se aos três países na próxima reunião do projeto, disse hoje o primeiro-ministro espanhol.

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Lusa
21/10/2022 16:07 ‧ 21/10/2022 por Lusa

Economia

Comissão Europeia

Pedro Sánchez afirmou que convidou pessoalmente a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para estar nos dias 08 e 09 de dezembro, em Alicante, Espanha, quando os chefes dos governos dos três países se voltarão a reunir por causa da ligação submarina para transporte de energia entre Barcelona e Marselha (batizada BarMar), e afirmou que o executivo comunitário estará no encontro.

O acordo para o BarMar, conhecido na quinta-feira, é uma "grande notícia" e foi assim recebido pelos outros líderes europeus e pela própria Comissão Europeia, garantiu Pedro Sánchez, que falava numa conferência de imprensa em Bruxelas, sobre as conclusões do Conselho Europeu que terminou durante a madrugada passada.

O primeiro-ministro espanhol destacou que o acordo é para uma ligação que seja "um corredor energético verde", o que considerou "um oportunidade" para a Península Ibérica se transformar num "'hub' [centro] de produção e exportação" de energias verdes, como o hidrogénio, e "uma necessidade", por dar "uma alternativa" a países atualmente mais "vulneráveis" e dependentes do gás oriundo da Rússia.

Sánchez acrescentou que o projeto do BarMar, além de desbloquear a resistência francesa a um gasoduto pelos Pirenéus, vai "colocar todas as capacidades da Península Ibérica ao serviço das necessidades presentes da União Europeia neste contexto de crise energética" e é "coerente com o compromisso da transição ecológica", pelo que é um projeto para o qual há financiamentos europeus.

O acordo entre Portugal, Espanha e França foi alcançado na quinta-feira, em Bruxelas, durante uma reunião dos líderes dos governos dos três países.

O calendário, as fontes de financiamento e os custos relativos à execução do corredor verde BarMar serão debatidos num novo encontro a três em dezembro, em Alicante, prévio ao da cimeira dos países europeus do Mediterrâneo, em que Portugal participa.

Os dois primeiros-ministros ibéricos e o Presidente francês acordaram ainda na necessidade de "concluir as futuras interligações de gás renovável entre Portugal e Espanha, nomeadamente a ligação de Celorico da Beira e Zamora (CelZa)".

As infraestruturas que serão criadas para a distribuição de hidrogénio "deverão ser tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia".

A ministra espanhola com a pasta da Energia, Teresa Ribera, disse hoje que os prazos para o desenvolvimento e conclusão da ligação energética entre Barcelona e Marselha ainda não foram definidos, mas estimou que pode levar "cinco, seis ou sete anos" a concluir, dependendo do início da construção, que não poderá ser imediato, por serem necessários vários procedimentos prévios, como avaliações de impacto ambiental ou a definição de custos e do financiamento.

Sánchez agradeceu hoje ao primeiro-ministro português, António Costa, e ao Presidente francês, Emmanuel Macron, o "importante envolvimento" para ser desbloqueado "um projeto muito relevante para o conjunto da União Europeia", que "vai dar segurança e certeza e capacidade adicional" ao bloco europeu "num momento que mais precisa".

O primeiro-ministro espanhol destacou também o acordo alcançado entre Espanha e Portugal, igualmente na quinta-feira, para regular o armazenamento de eletricidade na Península Ibérica, e disse estar convencido de que "vai ser exportado" ao resto da União Europeia.

Em relação ao mecanismo ibérico que limitou o preço do gás usado para gerar eletricidade, afirmou que "é uma evidência que se converteu numa referência", com poupanças comprovadas para os consumidores de Portugal e Espanha, além de demonstrar que é preciso intervir no mercado energético europeu.

No entanto, realçou que o mecanismo foi desenhado para "uma ilha energética", a Península Ibérica, onde há, além disso, um peso das renováveis que não se replica no conjunto da União Europeia, pelo que a sua aplicação noutros contextos teria de ser avaliada e ajusta, algo que a Comissão Europeia vai fazer.

Leia Também: Costa seguro de que haverá acordo europeu para interligação ibérica

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