Assim, o grupo filial dos estaleiros navais estatais da República Popular da China, Cosco, não vai poder adquirir mais do que 24,9% do terminal.
A Cosco pretendia inicialmente 35% da participação da concessão.
De acordo com o Ministério da Economia, o limite de 25% vai impedir que o grupo Cosco venha a deter "uma participação estratégica" nas atividades portuárias do porto de Hamburgo.
O negócio diz respeito ao terminal de Tollerort, no porto de Hamburgo, cujas funções logísticas são asseguradas até ao momento pela companhia HHLA.
A questão tem sido debatida do ponto de vista político até porque os Verdes e os conservadores do FDP que fazem parte da coligação governamental liderada por Olaf Scholz mostraram reservas receando o mesmo tipo de dependência que ocorre em relação ao gás russo.
De acordo com a imprensa alemã de hoje, Scholz, que deve deslocar-se à República Popular da China em novembro, acompanhado de uma delegação empresarial alemã, tem-se mostrado favorável na participação da Cosco no negócio do porto de Hamburgo.
No princípio de outubro, relatórios dos serviços de informações da Alemanha que foram tornados públicos pelo Parlamento de Berlim indicavam que os investimentos da República Popular da China em território alemão podem vir a ser um "risco" devido às ligações económicas e científicas que já são muito fortes entre os dois países.
Thomas Haldenwang, dos serviços de informações de Berlim, disse numa audição parlamentar e referindo-se à guerra na Ucrânia que "a Rússia é uma tempestade, a China são as alterações climáticas", alertando para os riscos da dependência.
Hoje, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, alertou contra "a forte dependência" em relação à China referindo-se ao eventual controlo comercial do porto de Hamburgo por capitais chineses, admitindo os erros da Alemanha face à Rússia.
"A lição que deveríamos aprender é a de que temos de reduzir, o mais possível, as dependências unilaterais", disse Steinmeier à televisão pública ARD, após uma deslocação a Kiev.
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