A Agenda Nexus, liderada pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), envolve um consórcio de 35 entidades e vai contar com um incentivo financeiro de 59 milhões de euros, no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Este consórcio conta com a participação de entidades de referência nacional e internacional no setor dos transportes e da logística, de instituições do setor académico e da investigação, bem como de empresas tecnológicas com reconhecido mérito internacional na área da inovação, segundo a APS.
"Na prática, este projeto, é a concretização das novas orientações estratégicas que o Porto de Sines tinha desenhado para os próximos anos", no que respeita à "inovação e digitalização da atividade portuária e da rede logística", disse o diretor de inovação e sistemas de informação da APS, Cláudio Pinto.
Em declarações à agência Lusa, o responsável explicou que o projeto vai ser desenvolvido "de forma colaborativa e em rede" com "parceiros" que "partilham de uma visão comum do que deve ser o desenvolvimento da inovação neste setor".
Para tal, até 2025, este 'cluster' de empresas nacionais vai desenvolver um total de 28 produtos com o objetivo de "resolver os desafios, do ponto de vista operacional, da sustentabilidade ambiental e da transição energética" que se colocam ao setor dos transportes e da logística.
Na fase final, os produtos serão comercializados fazendo aumentar "as exportações de tecnologia nacional para qualquer mercado", frisou.
De acordo com Cláudio Pinto, um dos objetivos da Agenda Nexus consiste na criação da plataforma "Nexus Open Data Collaboration", que irá "constituir-se como um instrumento de promoção do processo de inovação associado a este setor" e onde serão disponibilizados "os dados gerados pela atividade portuária e logística".
Numa segunda dimensão, está previsto o desenvolvimento de "ferramentas digitais que vão dar resposta a vários desafios para um terminal marítimo, uma plataforma multimodal, um centro de distribuição ou no transporte ferroviário e rodoviário", especificou.
Esta agenda contempla ainda "a construção de equipamentos marítimos, como rebocadores e lanchas de pilotos com propulsão elétrica, contribuindo para a descarbonização da atividade portuária, e a reconversão de equipamentos na área da segurança, proteção e controlo de tráfego".
Prevê ainda a utilização de drones e veículos autónomos "que vão ser utilizados em aplicações na área da segurança, da manutenção das infraestruturas portuárias e da monitorização ambiental", acrescentou.
Na área da conectividade, vão ser estudados "os desafios organizacionais e tecnológicos" associados às redes 5G [quinta geração para redes móveis e de banda larga] "no contexto portuário".
Para Cláudio Pinto, estes produtos "são inovadores" porque "tiram partido de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial e algoritmos preditivos", melhorando "a qualidade de decisão, antecipando alguns procedimentos, assim como a performance no que respeita à sustentabilidade ambiental".
O responsável estima que, até 2030, os produtos criados no âmbito da Agenda Nexus representem um "volume de exportações de cerca de 60 milhões de euros anuais", gerando mil postos de trabalho e reduzindo em 55% a pegada de carbono do Porto de Sines.
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