"Tudo vai depender deste último trimestre, pois, como sabem, a economia tem um efeito de 'carry-over' para o ano seguinte. Mas, basicamente, para o ano ou teremos um crescimento diminuto, abaixo de 1% ou algo à volta disso", referiu.
Durante o encontro Fora da Caixa "O efeito da nova economia pós guerra para as empresas", que decorreu esta tarde na Figueira da Foz, Paulo Macedo sublinhou que, no próximo ano, "Portugal não deverá ficar muito longe da média Europeia".
"Por exemplo, os Estados Unidos acham que terão uma recessão no terceiro trimestre, mas, como eles dizem, uma recessão bastante 'soft', ou seja, nada comparado quer com a pandemia, quer comparado com a crise financeira", indicou.
De acordo com o antigo ministro da Saúde, espera-se um ano de 2023 com um crescimento "pouco significativo" ou até com uma eventual "recessão pouco acentuada".
"O cenário central da União Europeia, do FMI e do Governo português é de que Portugal terá um crescimento de mais de 1% no ano que vem", acrescentou.
Ao longo da sua intervenção, o presidente da comissão executiva da CGD aludiu à "incerteza económica, política e à questão do conflito", que se atravessa, no entanto, partilhou também aquilo que considera serem boas notícias.
"O PIB deste ano vai crescer mais de 6%: tinha feito um decréscimo há pouco tempo, portanto, os 6% vão compensar uma parte, o que é positivo. E há outro fator que se fala menos em Portugal: de que muitas empresas vão ter um dos melhores anos de sempre ou o melhor ano de sempre", sustentou, enfatizando que tal acontece com empresa de variadas áreas, que "estão muito acima da faturação de 2019".
"E quando eu digo faturação, não quer dizer necessariamente volumes de vendas em termos de unidades, porque, por exemplo, o preço aumentou", concretizou.
Sobre a inflação, disse ainda que estão "todos mais ou menos de acordo" de que deverá descer no próximo ano, embora a incógnita resida no valor em que esta se irá cifrar.
"A questão é se ela fica em valores de 3, 4 ou 5%, que serão valores controláveis; ou se continuarão com valores acima de 5, 6 ou 7%, com problemas para a economia, para os salários reais, para o consumo e para o poder de compra", concluiu.
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