Esta posição foi transmitida por Mariana Vieira da Silva no final da reunião do Conselho de Ministros, depois de confrontada com a advertência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que teme que mais tarde se lamente não ter havido uma discussão suficientemente profunda no que respeita ao PRR.
Perante os jornalistas, a titular da pasta da Presidência começou por salientar que nunca comenta declarações de outros responsáveis políticos nas conferências de imprensa dos conselhos de ministros - e "muito menos" as do chefe de Estado.
"O PRR tem uma metodologia própria de acompanhamento da sua execução que é o cumprimento das metas e dos marcos com que o país se comprometeu com a União Europeia. Além disso, há informação semanal, pública, visível e disponível para todos sobre a sua execução", assinalou Mariana Vieira da Silva.
Em relação à exigência existente em torno de uma execução atempada dos projetos do PRR, mas também em matéria de fundos que fazem parte do Portugal 2030, a ministra da Presidência defendeu que "todos os que atuam no espaço público, embora com o Governo na primeira linha, têm o mesmo nível de preocupação".
"Desde a primeira hora que dissemos que é de especial exigência o volume de fundos europeus a executar neste período. Por isso, a atenção é máxima, a informação é transparente e pode ser acompanhada por todos", frisou.
Mariana Vieira da Silva referiu depois que o Governo sempre realçou a exigência inerente à execução do PRR, razão pela qual, na sua perspetiva, "é normal que existam questões de todos os organismos públicos".
"Por isso mesmo, foi criada [no parlamento] uma comissão especial que acompanha a execução dos fundos", observou a ministra da Presidência.
Nesta questão, Mariana Vieira da Silva acentuou ainda outro ponto, sustentando que o PRR, assim como o Portugal 2030, têm uma responsabilidade de execução "de todos".
"Há programas cuja execução é de empresas ou de autarquias, de comissões de coordenação regionais, de organismos públicos e ou de organismos privados. Por isso é que todos, enquanto país, temos de responsabilidade de trabalhar para a sua execução", justificou.
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