Em resposta a um pedido da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP fez uma adenda à nota oficial de 4 de fevereiro deste ano que dá conta da demissão da então vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva, Alexandra Reis, onde assegura que o processo - que valeu a Alexandra Reis uma indemnização de 500 mil euros - partiu da iniciativa da própria empresa.
"Por determinação da CMVM, vem a Transportes Aéreos Portugueses, S.A. (“TAP”), esclarecer o mercado e o público em geral que a renúncia apresentada por Alexandra Reis ao cargo de vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP comunicada à CMVM no passado dia 4 de fevereiro, ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP", pode-se ler no comunicado, datado de 27 de dezembro mas só publicado na página da CMVM esta quarta-feira.
Já anteriormente, numa resposta ao ministro das Finanças e ao ministro das Infraestruturas, datada também de 27 de dezembro, a TAP assume "iniciativa" neste processo.
Mas, no entanto, nem sempre foi assim
No comunicado de fevereiro em que a empresa dava conta da saída de Alexandra Reis, entende-se que a antiga membro do Conselho Administrativo teria saído por iniciativa própria. "Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, apresentou hoje [4 de fevereiro de 2022] renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios", pode-se ler no mesmo.
Na terça-feira, a secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, abandonou funções no Governo, após o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter pedido a sua demissão, a qual foi "prontamente aceite" pela própria.
A decisão foi tomada após o Correio da Manhã ter noticiado, no sábado, que a secretária de Estado recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros da TAP por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.
[Notícia atualizada às 23h55]
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