Nessa missiva aos colaboradores, a presidente executiva (CEO) Christine Ourmières-Widener anunciou "um conjunto de novas medidas, que passam pelo investimento em 48 milhões de euros de remuneração aos trabalhadores para alívio dos cortes salariais efetuados", depois de, em 2022, registar uma "das maiores receitas da sua história" e de, no terceiro trimestre do ano, conseguir o melhor resultado trimestral de sempre.
"Felizmente o Conselho de Administração [da TAP] admite que parte dos lucros obtidos (48 milhões) terão que ir para os trabalhadores, e esta é na nossa perspetiva, a única atitude correta, pelo que urge levantar de imediato os cortes salariais e avançar para uma justa revisão salarial", defende o sindicato, em comunicado hoje divulgado.
Christine Ourmières-Widener, na mensagem, destacou o "esforço" pedido aos trabalhadores com a redução da massa salarial e anunciou terem sido poupados mais de 150 milhões de euros em renegociações de contratos com terceiros.
"É com congratulação que recebemos a notícia dos excelentes resultados financeiros expectáveis da TAP, através do comunicado do CA [Conselho de Administração] da TAP enviado aos trabalhadores. E dizer, por outro lado, que estes resultados devem-se exclusivamente ao esforço dos trabalhadores, que, inequivocamente, têm contribuído para uma TAP que se quer forte, robusta e com clara contribuição direta para o nosso país", escreveu o sindicato.
Os representantes dos trabalhadores da aviação defendem que, neste momento em que a TAP tem resultados positivos, os cortes salariais "não fazem qualquer sentido", mas, mais importante do que a sua eliminação, é a reposição do poder de compra por via dos salários, lembrando a perda por conta da inflação.
Na mensagem aos trabalhadores, a CEO da TAP explicou que os resultados da companhia aérea são o reflexo, não só de uma "maior procura de mercado", mas também de um "conjunto de medidas tomadas ao longo deste primeiro ano" do plano, incluindo a otimização das receitas por voo, dos horários e frequências, do novo modelo de cobranças dinâmicas e da reorganização da força comercial.
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