A primeira avaliação deste ano à dívida soberana, prevista para esta sexta-feira pela DBRS, deverá resultar na manutenção da atual notação, depois de Portugal ter registado três melhorias de rating em 2022, segundo analistas consultados pela Lusa.
A DBRS, que avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em 'A' (baixo), com perspetiva estável, tem previsto pronunciar-se sobre Portugal esta sexta-feira.
No entanto, os analistas consultados pela Lusa acreditam que a avaliação deverá manter-se inalterada.
Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, assinala que "a economia portuguesa tem mostrado resiliência e um bom desempenho, o que permitiu que o Governo tivesse conseguido superar algumas metas orçamentais".
Contudo, indica que a forte subida das taxas de juro já se começou a refletir nas emissões de dívida realizadas este ano e "as empresas e particulares sentem este aumento ao verem os encargos financeiros dos empréstimos detidos a subir, fator que deverá pesar no momento de fazer um novo investimento, no caso das empresas, ou na aquisição de bens por parte dos consumidores, e que no final poderão levar a um abrandamento da economia nacional".
Na mesma linha, Filipe Garcia, presidente da IMF - Informação de Mercados Financeiros, acredita que a atual conjuntura aconselha a que não existam alterações quer de rating, quer de perspetiva.
Apesar de destacar que existem "pontos positivos", como a "confirmação da execução orçamental de 2022" e o prémio de risco de Portugal ter diminuído face à última vez que a DBRS olhou para a dívida soberana portuguesa, o custo de dívida agravou-se.
Paralelamente, diz, pesa "a incerteza sobra a economia" e "o conjunto de sucessões de casos em Portugal".
A segunda agência a pronunciar-se sobre Portugal será a S&P, em 10 de março, depois da agência norte-americana ter melhorado o rating de Portugal no ano passado para 'BBB+', com perspetiva estável.
O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de rating são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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