A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) reagiu, esta sexta-feira, à extinção da secretaria de Estado da Agricultura, considerando que esta decisão mostra "enorme desprezo" por parte do Governo para com os agricultores e "fará subir o tom dos protestos", agendando já uma ação para a próxima segunda-feira, em Castelo Branco.
"A CAP vem comunicar a sua profunda insatisfação com mais uma decisão incompreensível do Governo, que extingue a secretaria de Estado da Agricultura e transfere as suas competências para a tutela da Secretária de Estado das Pescas", pode ler-se num comunicado enviado às redações.
Porém, a alteração à orgânica do Governo, hoje publicada, que não inclui a secretaria de Estado da Agricultura, acontece porque já não existe atualmente essa secretaria, mas as matérias vão ser asseguradas pela ministra da Agricultura, justifica o Governo.
"A ideia de secretaria de Estado não existe", defendeu o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, em declarações à Lusa, justificando assim que a alteração ao regime de organização e funcionamento do XXIII Governo Constitucional, hoje publicada, definindo que a ministra da Agricultura deixa de ser coadjuvada pelo Secretário de Estado da Agricultura, não constitui qualquer extinção.
Contudo, a CAP diz que "os agricultores portugueses, a PAC, o regadio, os pagamentos diretos, a tutela de organismos e institutos públicos ligados à agricultura vão ser administrados e geridos por um governante que foi escolhido para ter a tutela das pescas e agora serve também para a agricultura. A exigência e a complexidade técnicas da PAC não são compatíveis com soluções de recurso que não têm em conta os perfis necessários para o bom desempenho das devidas funções".
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