Numa entrevista ao diário alemão "Süddeutsche Zeitung", que o BCE publicou na sua página web na noite passada, Luis de Guindos afirmou que as taxas de juro do BCE subiram 0,5 pontos percentuais na semana passada e que as mesmas "vão subir possivelmente em mais 0,5 pontos percentuais na próxima reunião (do BCE) em março".
"Depois disso, veremos o que fazemos. Não excluiria mais subidas de taxas de juro depois de março. A batalha contra a inflação ainda não terminou", de acordo com o vice-presidente do BCE.
Guindos reconheceu na entrevista que "os bancos centrais e outras organizações acreditaram durante muito tempo que o aumento da inflação era temporário".
"Tenho de admitir que isto foi um erro, mas o nível de incerteza era enorme. Todos subestimamos a persistência da inflação", disse o vice-presidente do BCE.
"Em dezembro de 2021 já decidimos parar as nossas compras de ativos (dívida) relacionados com a pandemia e em julho do ano seguinte começámos a subir as taxas de juro. Com uma visão a posteriori, deveríamos ter começado a reagir ainda mais cedo", disse Guindos.
Questionado se o BCE deveria pedir desculpa ao público por este erro, Guindos respondeu que não podem mudar o passado e que é necessário olhar para o futuro.
"O melhor que podemos fazer é baixar a inflação para o nosso objetivo de 2% o mais rapidamente possível", disse o vice-presidente da entidade monetária.
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