Ao longo destes meses - desde que aconteceu a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022 -, a AICEP recebeu "várias questões de empresas e dúvidas que foram prontamente respondidas ou devidamente encaminhadas".
A atuação da AICEP "tem-se centrado no acompanhamento de empresas exportadoras/associações portuguesas com interesse e negócios em curso nestes mercados, face à alteração das circunstâncias regulatórias, esclarecimento de questões específicas, prestação de apoio nomeadamente em termos de informação logística, fazendo também a ponte entre as empresas e outras entidades", adiantou a mesma entidade.
A AICEP tem recebido pedidos de algumas empresas exportadoras "dos mais diversos setores", ao longo destes meses, " que solicitam apoio para confirmar se os respetivos produtos estão abrangidos pelas sanções da UE [União Europeia] à Rússia ou apoio para tentar ultrapassar alguns constrangimentos administrativos ao nível do processo de exportação".
A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal criou uma página no seu 'site' Portugal Exporta dedicada ao conflito, onde as empresas portuguesas podem consultar informação sobre quais as medidas restritivas adotadas pela UE em resposta à invasão da Ucrânia; como saber se o produto pode ser exportado e é preciso uma autorização prévia; informação sobre plataformas /iniciativas do bloco europeu e onde os agentes económicos podem aceder a um conjunto de dados e contactos úteis atualizados sobre o tema.
A AICEP vai participar, através da sua delegação em Varsóvia, Polónia, nos próximos dias 15 e 16 fevereiro, no evento - ReBuilt Ukraine International - Exhibition and Conference na Polónia, refere fonte oficial da entidade.
Esta iniciativa conta com "o apoio de diversos organismos oficiais ucranianos, Ministério para o Desenvolvimento das Comunidades e Territórios da Ucrânia, Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e Associações de Comunidades locais, bem com da FIEC (European Construction Federation), Confederação Suíça, PAIH (Agência Polaca de Investimento), Advantage Austria", entre outros.
Segundo a organização, a "exposição e conferência internacional visa unir e apresentar ao público governamental ofertas internacionais para reconstruir e desenvolver as comunidades locais ucranianas danificadas durante a guerra".
Os principais tópicos de apresentações e debates são estudos analíticos de danos e planeamento das etapas de restauração e reconstrução de casas, infraestruturas e unidades produtivas, sendo que mais de 20 presidentes de municipalidades ucranianas e as respetivas equipas participarão no 'stand' Ucrânia e comunidades locais.
No início do ano passado, a exposição comercial de Portugal nas exportações para a Rússia e a Ucrânia "era limitada", de acordo com a AICEP, uma vez que estas "não atingiam 0,5% das vendas globais".
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas para a Rússia registaram "uma quebra de 51% nos primeiros 11 meses de 2022 face ao período homólogo, ou seja, menos 82,6 milhões de euros". Este mercado passou de 37.º cliente de Portugal nesse período de 2021 para 53.º cliente em 2022.
No caso da Ucrânia, as exportações de bens até novembro de 2022 caíram 8,1% em termos homólogos, menos 2,7 milhões de euros.
A Ucrânia passou de 69.º mercado cliente para 75.º cliente no período em análise.
Em 2021, tinham exportado para a Rússia e Ucrânia 595 e 367 empresas portuguesas, respetivamente.
"Face à atual situação de guerra e à imposição pela UE de diversas medidas restritivas/sanções à Rússia, desde final de fevereiro 2022 que a AICEP deixou de desenvolver ações de promoção no mercado russo, refere a entidade.
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