Com bandeiras da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), os atrelados de alguns tratores ostentavam mensagens reivindicativas, umas mais comuns como as que reclamam "melhores preços pagos à produção" e "por rendimentos dignos", outras de protesto contra o aumento dos custos de produção, e, mais singular, em defesa da agricultura familiar, para que seja esta a abastecer as cantinas públicas.
"Defendemos que deve haver uma política que garanta um mínimo de produção nacional nos alimentos que são servidos nas cantinas dos hospitais, das escolas e lares, por exemplo", explicou à Lusa o presidente da União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA), Carlos Alves.
Com roteiro traçado para terminar no Mercado Municipal de Estarreja, a caravana de tratores agrícolas acabou por seguir até aos Paços do Concelho, por o largo do mercado estar ocupado com os preparativos carnavalescos, terminando com a entrega de um documento na Câmara Municipal, que sintetiza as reivindicações da União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro.
"Condição para escoamento da produção de leite, carne fruta e hortícolas a preços justos, através da criação de uma lei que proíba as vendas com prejuízo ao longo de toda a cadeia agro-alimentar, bem como a regulação e fiscalização da atividade da grande distribuição e controlo das importações desnecessárias", são algumas das medidas reclamadas.
A UABDA pretende ainda que sejam fixados limites máximos nos preços dos fatores de produção "para travar a especulação e a escalada brutal do custo do gasóleo, eletricidade, fertilizantes, rações e maquinas".
"A covid e a guerra na Ucrânia servem de desculpa ao aumento dos preços dos fatores e à especulação, nomeadamente nos adubos e fertilizantes, e na silagem para alimentar o gado", comentou o dirigente associativo.
Ainda no que respeita aos combustíveis, a redução do preço do gasóleo agrícola foi insuficiente, segundo o presidente daquela associação, Carlos Alves, pelo que os agricultores defendem o aumento dos descontos em vigor para o gasóleo agrícola, e a concretização urgente do apoio aos custos com a eletricidade verde "que já deviam estar em vigor desde 01 de janeiro de 2022".
Carlos Alves, em declarações à Lusa, juntou um apelo ao Governo para que reverta a extinção das direções regionais, "cujo acompanhamento técnico aos produtores devia ser reforçado para permitir o desenvolvimento das pequenas e médias explorações familiares".
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