Apesar da subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), os depósitos em Portugal "pouco sentem" este acréscimo, de acordo com um estudo recente levado a cabo pela Allianz Trade, acionista da COSEC - Companhia de Seguro de Créditos e divulgado esta quarta-feira.
"As famílias na zona euro estiveram entre os atores económicos que perderam com as taxas de juro negativas. Apesar das taxas para os novos depósitos e empréstimos para as famílias estarem também a subir, o ritmo comparado com o que está a ser aplicado pelos bancos centrais é muito mais lento", segundo um comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Os efeitos da subida das taxas de juro por parte do BCE "fizeram-se sentir nos vários atores económicos, assim como nas várias economias, incluindo Portugal".
"Analisando se as mudanças nas taxas de juro já chegaram realmente à economia, percebemos que, para os agregados familiares, a resposta é sim e não. A taxa de juro média ponderada dos novos empréstimos já escalou em alguns países: o aumento ao longo de 2022 (Janeiro a Novembro) varia, indo desde os 24 pontos-base em França, aos 97 pontos base na Alemanha. Já a média na Zona Euro ascende a 58 pontos-base", afirma Arne Holzhausen, Head of Insurance, Wealth and Trend Research da Allianz Trade, citado na mesma nota.
Na semana passada, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reafirmou, no Parlamento Europeu, a intenção da instituição de subir as taxas de juro em 50 pontos base na reunião de março.
Depois, Fabio Panetta, membro do Conselho Executivo do BCE, afirmou em Londres que o banco central deve "calibrar a política monetária" e fazer aumentos menores das taxas de juro à medida que a inflação na zona do euro cai.
Mais tarde, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse, também em Londres, que a política monetária deve garantir que a inflação cai para 2% na zona euro e que o seu ajustamento deve ser revisto regularmente com base em dados atualizados.
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