Na conferência de imprensa dos resultados de 2022 (lucros de 843 milhões de euros), Paulo Macedo foi questionado sobre eventuais fusões na banca em Portugal, sobretudo quando se fala de o Novo Banco vir a estar no mercado, o que deverá movimentar o setor.
Segundo Macedo, o foco da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é manter a solidez e devolver ao Estado o capital que este injetou no banco. "É o que temos estado a fazer e gostaríamos de intensificar", afirmou. Depois, disse, o banco analisa eventuais compras.
"Depois também podemos estar disponíveis para fazer aquisições, sejam elas grandes sou pequenas", afirmou.
Em qualquer aquisição, acrescentou, tem de haver "a convicção de que o resultado é superior, de ganhos concretos" e "sentir que há vantagem para a Caixa, para o Estado".
O gestor disse que o objetivo da CGD é "manter liderança, baixar substancialmente o risco, ser rentável e continuar a ter a dimensão de maior banco português".
Questionado sobre se para isso tem de fazer uma operação com o Novo Banco, para a CGD se manter líder, Macedo disse que na CGD não há obsessão pela liderança, "mas tem valor ser líder".
"Não faz sentido ser banco público e ter quota que não permita intervir na economia ou influenciar, a Caixa claramente influencia as comissões (ao ter mais baratas), os 'spreads' (ao ter mais baratos), etc. etc", afirmou.
Em janeiro, em audição no parlamento, Paulo Macedo disse que, com a CGD reforçada, "não aconteceria um banco estrangeiro comprar o Banif e o Banco Popular por um euro".
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