Inflação em Moçambique vai descer gradualmente para 8,9% até dezembro
A consultora Oxford Economics prevê que a inflação em Moçambique abrande gradualmente este ano, chegando a dezembro com uma subida de 8,9% face ao período homólogo de 2022, ano marcado pela quase duplicação da subida dos preços.
© Lusa
Economia Oxford Economics
"Antevemos que a inflação registe uma moderação gradual para 8,9% face ao homólogo, no final de 2023, o que dará espaço ao Banco de Moçambique para cortar as taxas de juro em 50 pontos base durante este ano", escrevem os analistas do departamento africano da britânica Oxford Economics.
Num comentário à evolução da subida dos preços em Moçambique, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas lembram que "a inflação registou um aumento médio de 10,3% em 2022, acima dos 5,7% registados em 2021", e apontam que "o pico da inflação deverá ter sido atingido em setembro, devendo manter-se abaixo dos dois dígitos este ano, devido ao declínio previsto para os preços globais das matérias-primas e um abrandamento no crescimento económico mundial".
Na nota, os analistas alertam, ainda assim, que "apesar de uma moderação prevista para os preços globais dos alimentos e da energia e da estabilidade da taxa de câmbio do metical, a inflação deverá manter-se elevada no primeiro semestre deste ano devido aos efeitos de base".
A inflação em Moçambique manteve a trajetória de abrandamento, descendo para 9,8% em janeiro face ao período homólogo, o que compara com uma subida de 10,9% registada no mês anterior face a dezembro de 2021, impulsionada pela subida dos preços dos alimentos, que foram o item que mais contribuiu para a subida dos preços.
A nível regional, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que a inflação desça para 14,4% este ano e 9,6% no próximo ano.
No relatório sobre as Situação Económica Mundial e Perspetivas para 2023, a ONU considera que, entre as várias regiões africanas, as que registarão uma maior inflação no corrente ano são o Norte de África (16%), a África Ocidental (15,1%) e a África Austral (14,6%).
Ainda com uma inflação na casa dos dois dígitos surge a África Oriental, com 11%, e, com a menor percentagem, a região da África Central, com 3,6% de inflação em 2023.
Num panorama mais geral, a inflação global deverá permanecer elevada em 2023, em 6,5%, e a produção mundial desacelerará face a 2022, fixando-se em 1,9%, anunciou a ONU, pedindo aos governos que evitem a austeridade.
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