A CEO demitida da TAP, Christine Ourmières-Widener, revelou estar perplexa por ter sido "a única pessoa diretamente envolvida [na auditoria] que não foi ouvida pessoalmente perante a IGF" e que vai tirar "em devido tempo, todas as consequências legais" daquele que considera ter sido um "comportamento discriminatório" por parte da IGF.
No seu contraditório ao relatório, hoje divulgado, a gestora manifestou a sua "perplexidade ao constatar que, lamentavelmente, foi a única pessoa diretamente envolvida" neste processo "que não foi ouvida pessoalmente perante a IGF".
"Fica devidamente registado este comportamento discriminatório por parte da IGF, relativamente ao qual não deixará de ser retirar, em devido tempo, todas as consequências legais", lê-se no documento.
A Inspeção-Geral das Finanças (IGF) concluiu que o acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou o Governo, que vai pedir a restituição dos valores.
Luís Silva Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, vai assumir os cargos de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da TAP.
Apesar de reconhecer "os méritos da atual administração" na implementação do plano da empresa, Fernando Medina considerou que este episódio abalou a confiança que os portugueses tinham na TAP.
"Era essencial recuperar esse laço de confiança entre o país e a empresa. A TAP não é uma empresa qualquer, é uma empresa especial no nosso país, pela sua dimensão e importância económica. Considerámos que era importante marcar este virar de página no sentido de haver uma estabilização", sublinhou.
Medina garantiu ainda estar confiante de que a companhia aérea prosseguirá, "com sucesso", o caminho para a sua sustentabilidade, que passa "pela privatização de uma parte do seu capital".
Já sobre as consequências políticas deste processo, Medina referiu não poder ser criticado pelas decisões que não tomou, sublinhando que "assume plenamente" as responsabilidades que lhe cabem.
Em dezembro passado, a Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então estalado a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado (500 mil euros).
Numa declaração escrita enviada à Lusa, nesse mês, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
[Notícia atualizada às 20h36]
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