A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) rejeitou, na segunda-feira, a ideia de que as empresas do setor se estejam a aproveitar do aumento dos preços nas prateleiras, justificando que este acréscimo está relacionado com os custos de produção - e não só.
"Se nós estamos a aproveitar? Não, não estamos. O aumento de preços está a refletir um aumento de preços na produção, um aumento de preços no transporte, um aumento de preço na logística e um aumento de preço na indústria", disse o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, em declarações à RTP3.
Gonçalo Lobo Xavier explicou que as empresas de distribuição estão a comprar o leite 75% mais caro e, "portanto, é muito difícil não transmitir esse preço para o consumidor".
Questionado sobre a fiscalização dos preços dos bens alimentares nos hiper e supermercados, por parte da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), face ao aumento de 21,1% do cabaz básico no último ano, mais do dobro da inflação, o diretor-geral da APED mostra-se tranquilo:
"Estamos muito tranquilos com qualquer inspeção da ASAE, o que não aceitamos é que se faça política com o que estamos a fazer", adiantou.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, explicou que esta ação inspetiva da ASAE tem "como pano de fundo que Portugal tem uma inflação geral de 8,6%, abaixo da média da União Europeia de 10%, mas, no que respeita aos produtos alimentares, o preço do cabaz aumentou mais do dobro da inflação, 21,1%", no último ano.
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