Wall Street cai devido a problemas e receios no setor bancário

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores inquietos de tal modo com o destino do banco californiano SVB que penalizaram todo o setor da banca e nervosos na espera do relatório mensal sobre o emprego.

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© Reuters

Lusa
09/03/2023 23:19 ‧ 09/03/2023 por Lusa

Economia

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Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,66%, o tecnológico Nasdaq perdeu 2,05% e o alargado S&P500 desvalorizou 1,85%.

A bolsa tinha aberto em alta

Wall Street, que tinha aberto em alta, apoiada por números semanais do desemprego acima das expectativas, que deixavam esperar um arrefecimento do mercado de trabalho, acabaram por cair durante a sessão e acelerar a queda com o aproximar do fim desta.

Em causa esteve o Silicon Valley Bank, estabelecimento bancário californiano, cuja casa-mãe, o SVB Financial Group, anunciou na quarta-feira um importante aumento de capital, de 2.5 mil milhões de dólares.

Parceiro privilegiado do setor tecnológico, o SVB pretende assim aumentar a sua liquidez para reforçar o seu balanço, fragilizado pelos levantamentos dos clientes.

No movimento, o grupo também alienou uma carteira de títulos financeiros, por 21 mil milhões de dólares, o que implicou uma perda de 1,8 mil milhões.

"O SVB foi o elemento determinante da sessão de hoje", considerou Steve Sosnick, da Interactive Brokers. O grupo perdeu, em uma única sessão, 60,41% do seu valor.

"Os investidores entenderam que os problemas que afetam o SVB podem estender-se a toda a indústria bancária", desenvolveu.

Os bancos geralmente endividam-se (por exemplo, recebem depósitos) a curto prazo para conceberem créditos a médio e longo prazo. "Este não é um bom modelo quando se está em situação de inversão da curva de rendimentos", realçou Steve Sosnick.

O rendimento dos títulos do Estado federal a dois anos está assim acima dos títulos a 10 anos, com este afastamento a ser o maior desde há mais de 40 anos. O custo do dinheiro para os bancos é assim claramente superior ao proveito propiciado pelos empréstimos, o que afeta as suas margens.

O feito foi reforçado pelo facto de a casa-mãe de um outro banco, o Silvergate Bank, ter anunciado na quarta-feira que o estabelecimento ia ser encerrado. Um epílogo justificado, neste caso, com o facto de o banco ter estado muito envolvido com o meio das moedas digitais, que vivem em plena turbulência desde já mais de um ano.

E Art Hogan, da B. Riley Wealth Management, acrescentou que "parece que há fissuras nos bancos regionais". Como sintetizou: "Todos estão à procura do próximo problema".

Todo o setor bancário sofreu com estas novidades, do JPMorgan Chase, que perdeu 1,23%, ao Bank of America (-6,20%), passando pelo Wells Fargo (-6,18%) e Citigroup (-4,10%).

O episódio SVB desencadeou "uma fuga para os ativos considerados mais seguros (...), longe das ações", observou Art Hogan.

Entre estes ativos, as obrigações subiram no final da sessão, a provocar uma violenta baixa dos rendimentos obrigacionistas, que evoluem em sentido contrário dos seus preços.

O rendimento dos empréstimos federais a dois anos, que tinha subido no início da semana, teve uma forte queda de 20 pontos-base, um intervalo de variação raramente visto neste mercado, dos 5,07&% no fecho de quarta-feira, para 4,87%.

Leia Também: Wall Street sobe graças à aceleração do desemprego

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