Maior falência desde 2008 e medo disparou. Como caiu o banco SVB?

O banco foi encerrado depois de ser incapaz de responder a retiradas massivas de depósitos pelos seus clientes, principalmente do setor da tecnologia, e perante a sua incapacidade de obter fundos frescos. Fique a par de tudo o que aconteceu.

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Notícias ao Minuto com Lusa
13/03/2023 07:43 ‧ 13/03/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

Silicon Valley Bank

A notícia surgiu na sexta-feira e lançou o pânico em Wall Street - e não só: o banco Silicon Valley Bank (SVB) foi colocado sob controlo da agência que garante os depósitos (FDIC, na sigla em Inglês), o que corresponde à falência do estabelecimento. Esta é das falências mais importantes de um banco nos EUA desde a crise económico-financeira de 2008.

A secretária do Tesouro norte-americana recusou, no domingo, um resgate federal do SVB, mas garantiu que o governo está a trabalhar para apoiar os depositantes da instituição que entrou em falência.

Afinal, o que aconteceu?

Tudo começou na quinta-feira, quando o SVB caiu mais de 60% em bolsa, com os investidores preocupados com os levantamentos feitos por clientes do banco, o que levou a uma tentativa de aumento de capital e à venda de uma vasta carteira de títulos financeiros.

As ações do banco chegaram a ser suspensas nesse dia quando perdiam cerca de 68% nas operações prévias à abertura de Wall Street.

Depois, na sexta-feira ao fim da manhã (horário dos EUA), a FDIC anunciou que tinha assumido o controlo do banco, o que corresponde à falência deste.

Submetido a retiradas importantes de dinheiro pelos clientes, entre os quais muitas startups (empresas emergentes de base tecnológica) e fundos de capital de risco do setor tecnológico, o SVB não conseguiu obter capital suficiente para reforçar as suas contas, esforço este que tinha sido anunciado na quarta-feira.

Em declaração feita à AFP, dirigentes do índice Nasdaq, onde o SVB estava cotado, indicaram que a intervenção da FDIC era "o equivalente a uma falência, o que justifica as ondas de choque" para o conjunto da banca. Aquela intervenção significa que o valor das ações do SVB vai passar a zero, o que apaga a sua capitalização bolsista, que na terça-feira à noite era superior a 16 mil milhões de dólares.

Falência do SVB é das mais importantes desde a crise de 2008

Esta é das falências mais importantes de um banco nos EUA desde a crise económico-financeira de 2008.

Das falências precedentes, avulta, em termos de dimensão de ativos, a do HBOS (Reino Unido), em 17 de setembro de 2008, com 690 mil milhões de libras (762 mil milhões de euros). Seguem-se as do Washington Mutual (EUA), em 25 de setembro de 2008, com ativos de 307 mil milhões de dólares (288 mil milhões de euros), e agora a do SVB, que tinha ativos de 209 mil milhões de dólares (196 mil milhões de euros).

Esta listagem inclui ainda o alemão SachsenLB, que fechou em 26 de agosto de 2007, com ativos de 67 mil milhões de euros, o britânico Bradford & Bingley, que encerrou em 29 de setembro de 2008, com ativos de 35 mil milhões de libras (59 mil milhões de euros) e o norte-americano IndyMac, que acabou em 11 de julho de 2008, com ativos de 32 mil milhões de dólares (30 mil milhões de euros).

Estes estabelecimentos eram todos bancos de retalho, acessíveis a todos os particulares.

Porém, a crise financeira foi marcada também pela falência de vários bancos de investimento e financiamento, designadamente o Lehman Brothers, que fechou em 15 de setembro de 2008, com ativos de 639 mil milhões de dólares (600 mil milhões de euros).

Fecho fez disparar o 'índice do medo' em Wall Street

A intervenção das autoridades norte-americanas no banco californiano SVB, depois da sua derrocada em Wall Street (perda de mais de 60% na quinta-feira), fez disparar o chamado índice do medo'.

O índice VIX, que procura quantificar a volatilidade bolsista, subiu na sexta-feira para 27%.

O declínio do SVB, que apesar de estar presente apenas nos Estados da Califórnia e Massachusetts), provocou receio entre os investidores, que veem aqui o prenúncio de uma nova era, uma vez que esta é a maior falência de um banco desde a crise de 2008 e uma das maiores na história dos EUA.

O VIX, que não tinha valores tão elevados desde outubro, também se designa como 'índice do medo' porque mede as expectativas de volatilidade e incerteza dos investidores e serve como ferramenta para conhecer o sentimento de mercado. Quando o VIX é baixo, sugere que os investidores estão relativamente otimistas em têm confiança nas condições futuras do mercado.  

Leia Também: Após colapso, HSBC vai comprar unidade britânica do Silicon Valley Bank

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