BCE diz que futuras decisões sobre taxas de juro dependem dos dados

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse hoje que as próximas decisões sobre taxas de juro dependem dos dados económicos e financeiros, porque aumentou a incerteza com a tensão nos mercados financeiros.

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Lusa
16/03/2023 16:08 ‧ 16/03/2023 por Lusa

Economia

BCE

Lagarde considerou, no entanto, que há caminho a percorrer.

O BCE considerou que o sistema bancário europeu é resistente, após decidir hoje subir as taxas de juro em 50 pontos base como estava previsto, porque a inflação "vai continuar demasiado alta durante demasiado tempo".

A presidente do BCE disse, em conferência de imprensa, que a decisão foi tomada por "uma maioria muito ampla" e que só três ou quatro membros do Conselho do BCE não a apoiaram.

"Estamos a acompanhar de perto a tensão nos mercados e estamos prontos a agir", insistiu Lagarde, após a agitação que atingiu os mercados nos últimos dias após o colapso do norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e das preocupações na Europa com o Credit Suisse.

Mas, o setor bancário "está atualmente numa posição muito mais sólida do que em 2008", afirmou.

"A economia da zona euro estagnou no quarto trimestre de 2022, evitando a contração que era esperada. No entanto, a procura caiu bastante", segundo Lagarde.

Em 2023, a zona euro deverá registar uma inflação menos elevada e um crescimento mais forte do que o previsto, num contexto de acalmia nos preços da energia.

A inflação deve ficar em 5,3% em 2023, contra os 6,3% previstos no final de dezembro, depois descerá para 2,9% em 2024 e para 2,1% em 2025, de acordo com as novas previsões da instituição.

Em relação ao crescimento na zona euro, prevê-se que seja de 1% este ano, quando se apontava para 0,5% na anterior previsão. Para 2024 e 2025 é antecipada uma expansão de 1,6%.

Mas, as novas projeções macroeconómicas do BCE "foram finalizadas no início de março, antes do recente surgimento de tensões nos mercados financeiros. Assim, essas tensões implicam uma incerteza adicional em torno das projeções de referência para a inflação e o crescimento", considerou a própria instituição no comunicado divulgado após a reunião de hoje.

A presidente do BCE defendeu também que os governos da zona euro devem começar "rapidamente" a reduzir os apoios orçamentais às famílias e às empresas, para travar a inflação e sugeriu um debate sobre "uma partilha adequada" do "fardo" da inflação, já que as margens de muitas empresas aumentaram nos últimos meses.

Leia Também: Lagarde quer redução dos apoios governamentais a famílias e empresas

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